sexta-feira, 26/abril/2024
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O “NÃO” ganhou… e daí?

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Preciso usar esse espaço para registrar minha indignação com esse absurdo referendo de 23 de outubro. O povo Brasileiro foi “convidado” a votar uma questão de extrema polêmica para justificar a ineficiência de uma máquina administrativa que simplesmente não funciona e não evolui.

Impuseram-nos um referendo “goela abaixo” sem nenhum critério prático que mudaria a situação da questão discutida. O “NÃO” ganhou e eu pergunto para quem votou nessa opção: O Senhor ou a Senhora vai aproveitar e sair correndo para comprar uma arma que não lhe fez falta até hoje? Concordo que tenham votado apenas pela manutenção de seu direito, mas este já é garantido pela Constituição Federal. E quem votou “SIM”, acredita mesmo que se esta opção ganhasse essas armas que estão por aí afora seriam regularizadas ou devolvidas? Preste atenção na questão de que para se ter uma arma até 22 de outubro só era possível se a mesma fosse registrada e, no entanto, esse número de registros era baixíssimo. Faz muito tempo que o Brasileiro já parou de comprar armas, ou será que é muito fácil ter uma arma ilegal? Ou será que não damos a mínima pra isso? Em resumo, independente do resultado desse inútil referendo, tudo continuaria exatamente como antes.

O referendo deve ser usado como ferramenta para decisões que vão realmente ser úteis ao povo brasileiro. Ninguém de Brasília até hoje deixou para o povo decidir se caça ou não esses “insetos” nocivos (parlamentares corruptos) ao patrimônio público. Até hoje não fomos perguntados sobre como devem ser punidos os recebedores do “mensalão”, que nada mais é do que dinheiro nosso desviado da educação, saúde, assistência social e outros investimentos públicos. Enquanto muitos brasileiros passam fome e sede, sobrevivem numa condição de extrema miséria, vamos às urnas para votar uma questão que não está nem entre as dez prioridades do Brasil.

Numa “brincadeira” que mobilizou o país inteiro, num ato insano, gastamos milhões de reais para simplesmente satisfazer o interesse político de pessoas que querem passar ao povo o ônus de sua incompetência. Agora que tudo continua com era, nos resta comemorar nosso eficiente sistema eletrônico de votação que apura resultados em tempos recordes, mesmo para a mais idiota das perguntas.

Eliseu Sávio Diniz – Estudante de Ciências Contábeis em Lucas do Rio Verde

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