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O fim do isolamento

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Quando será que enfim romperemos a barreira do isolamento? Essa é a pergunta que milhares de mato-grossenses e em especial, norte mato-grossense fizeram durante anos a fio. Longe das grandes metrópoles os sobreviventes do nortão viviam isolados, seja para importar produtos, seja para exportar nossa produção. Produção esta, significativa, que abastece o restante do país e do mundo, e ainda assim estradas precárias, asfalto quase inexistente e o descaso, sempre fizeram parte da nossa história. A pavimentação da rodovia Br 163 durante décadas foi a promessa de centenas de políticos e o sonho de toda uma gente.

Muito se falou que o grande entrave para a pavimentação da rodovia era sua localização, por cortar a região da Amazônia Legal, área de proteção ambiental. Essa seria a legítima faca de dois gumes, de um lado um estado que bate todos os recordes de produção agrícola nas culturas de milho e arroz de sequeiro, além da soja e criação de gado de corte. Essas e tantas outras atividades econômicas desenvolvidas em plena a Amazônia Legal estão sob os olhares do mundo, o que nos impede de criar infra-estrutura, crescer de acordo com os nossos números econômicos e ficar no topo do desenvolvimento sustentável. Sendo essas duas palavras, talvez a saída para a nossa agonia. Em visita recente à Sinop, o ministro de Assuntos Estratégicos do Governo Federal, Mangabeira Unger, fez questão de frisar que os desbravadores desta região não poderiam ser dizimados a indigência, e que de nada adianta ter a floresta em pé, se as pessoas não poderem sobreviver dela. Formidável a colocação do ministro, uma vez que com programas e projetos de sustentabilidade somos capazes de aproveitar tudo o que a floresta tem a nos oferecer, sem maiores impactos, ou, destruições, tornando os municípios que margeiam a BR modelo para o mundo em produção com respeito ambiental.

Não somos marginais para termos nossas propriedades invadidas pela Força Nacional, somos apenas aqueles que foram convidados a vir para uma “terra de ninguém”, e transforma-la numa terra de riquezas e progresso.Sem dúvida alguma a falta de conclusão da rodovia e a má conservação em alguns trechos é responsável pela incredulidade de alguns investidores e a opção de implantação de indústrias em outras regiões.

A BR 163 ao ser concluída irá ligar o Mato Grosso ao resto do mundo, tudo o que for produzido aqui terá seu valor agregado, e enfim, o respeito que tanto merecemos também virá, junto com o progresso que passará pelo nortão através da rodovia BR 163.

Nevaldir Graf (Ticha) – secretário de Indústria, Comércio, Turismo e Mineração em Sinop

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