Até sexta-feira, dia 14 de novembro, Cuiabá pode ser chamada de capital do desenvolvimento local, devido à realização da sétima edição da Expo Brasil, que ocorre gratuitamente no Centro de Eventos do Pantanal. Um acontecimento que integra 13 países, diversos estados e municípios mato-grossenses. Enfim, milhares de pessoas em torno de iniciativas sustentáveis, com inovadoras tecnologias em nível social. Ficou claro, na abertura do evento, que não existe desenvolvimento sustentável sem boas práticas de gestão pública, mobilização local, protagonismo local e base comunitária.
A 7ª Expo Brasil Desenvolvimento Local, entretanto, através de seus eixos estruturados, estabelece canais importantes, focados na governança democrática, na inclusão produtiva, no meio ambiente e vida sustentável na integração latino-americana e na transversalidade, enfocando a cultura, comunicação e formação de agentes sociais.
Ficou evidente, no evento, que há um importante tripé na construção de um mundo melhor, no qual potencialidades são identificadas, vocações escolhidas e desenvolvidos planos integrados indutores do desenvolvimento. Este sustentáculo é formado pelo primeiro setor – governamental, o segundo setor – empresarial, e o terceiro setor, das organizações não governamentais.
É saudável a parceria articulada. A edição da Expo Brasil mostra na prática como isso funciona. Vale dizer que o governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Mineração (Sicme), atendeu de pronto a solicitação para integrar este acontecimento ímpar. O Sebrae e a Petrobras também estiveram uníssonos como representantes master dos empresários, nesta edificação. Na outra ponta a Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits), que é uma organização privada, autônoma e sem finalidade lucrativa, preparou o cenário, no qual os três setores ainda estão representados através de inúmeras organizações públicas e privadas, que atuam como patrocinadores e apoiadores. Isso tudo possibilitou que uma força vital, em total sinergia, formasse uma corrente participativa que vai, naturalmente, além dos recursos financeiros, em prol do desenvolvimento local.
Muito me enche de esperança, portanto, vivenciar que representantes de diversos estados brasileiros, de países latinos e dos que até mesmo atravessaram continentes, estão unidos neste centro de discussões e deixarão, certamente, suas sementes entre as nossas. Afinal, aqui a terra é fértil não só para a produção agrícola, mas também para germinar e fazer crescer idéias, focadas na sustentabilidade, e o mais importante, fora de pequenas estufas. Tais idéias são como chaves que abrem caminhos sem barreiras para um futuro melhor, norteado pela prosperidade, e também pela preservação, inclusão e igualdade.
Nesta esteira de idéias e iniciativas, vale destacar que somente o Sebrae local distribuiu gratuitamente uma publicação, com 18 tecnologias sociais desenvolvidas em Mato Grosso. Temos, portanto, muitos exemplos a mostrar em nosso país e em nosso estado, que comprovam que somos agentes importantes na manutenção da vida. Não queremos, portanto, receber a pecha de que em nome do desenvolvimento econômico não temos dado importância ao novo momento do desenvolvimento local sustentável. Aliás, ambos estão no seio das nossas prioridades. Portanto, se há uma conta a se pagar pela destruição ambiental e pela falta de inovação para a sobrevivência humana, o débito não é nosso, pelo contrário, temos trabalhado para ficar com crédito. Vale a pena a sociedade ver isso de perto na 7ª Expo Brasil.
Pedro Nadaf é secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia