O Custo Brasil é um termo genérico, usado para descrever o conjunto de dificuldade que trava o desenvolvimento do país, com grandes prejuízos a sociedade, em especial, aos mais pobres.
As causas principais desse custo são a corrupção governamental, a falta de infra-estrutura, juros altos, e a alta carga tributária.
De um tempo para cá Mato Grosso cunhou o seu próprio termo, o Custo Botina, usado para descrever o conjunto de práticas deletérias ocorridas na gestão da turma da botina, que tem travado o desenvolvimento do Estado e ampliado o abismo social.
O Custo Botina decorre do desmantelamento administrativo do Estado só visto no período pré Dante de Oliveira. Do alto endividamento do Estado causado em parte pelo mau gerenciamento dos recursos, e, em parte, pelo projeto aventureiro da Copa. Do loteamento do Estado em ilhas de Governo entre os caciques aliados, prática comum em Governo fraco, e, a uma série de supostas denúncias de desvio do dinheiro público da soma de mais de um bilhão de reais.
Em artigo anterior eu disse que o primeiro sinal de fumaça da bancarrota do Estado se deu em 2007, pelo Senador Jaime Campos, ao recuar do convite do então Governador Blairo Maggi para o DEM assumir a Secretaria de Infra Estrutura em lugar do garoto prodígio Pagot, de malas para assumir a Casa Civil.
Levantamento encomendado pelo cacique Democrata constatou que a Sinfra se achava na UTI do rombo orçamentário, com previsão de alta só em 2013.
Em seguida veio o estouro das greves dos servidores, da dívida com empresas construtoras, dos precatórios, das cartas de crédito, do MT Saúde, de convênio com hospitais públicos, com a União, e com prefeituras. Do sucateamento na saúde, na educação, na segurança, das estradas, e dos presídios.
Além dessa conjuntura têm sobremaneira preocupado a sociedade a falta de indignação do Governador diante da gravidade dos fatos e se o desvio do dinheiro se trata de algo meramente pontual em razão do mau-caratismo deste ou daquele servidor ou se de uma prática de grupo, com um líder, operado por aqueles servidores, tamanho o volume.
Com a palavra o Ministério Público Estadual.
A confirmação oficial do Custo Botina ao Estado veio do próprio Governador no ato de apresentação do Orçamento Geral para 2012, há poucos dias.
Houve, entretanto, contradição em sua fala. Após informar o desfalque de 1,5 bilhões de reais nas contas públicas disse ser Mato Grosso um exemplo ao País em termos de geração de riquezas face ao boom do agronegócio, por aqui.
Após informar do corte no gasto na infra-estrutura, saúde, educação, e segurança, face ao desfalque, falou de que não faltará dinheiro para a obra da Copa.
E olha que eu não estou me referindo ao empréstimo de dois bilhões de reais do BNDES destinados a referida obra, mas de outros dois bilhões de reais, adicionais, que serão retirados do bolso do povo via elevação de taxas e impostos, DETRAN, FETHAB, para cobrir contrapartida de convênio do Estado com a União, no ornamento urbano da Capital, e outros arranjos para salvar a aventura da Copa, em detrimento a sociedade.
Dado a situação, o certo seria aplicar os quatro bilhões de reais de forma a debelar o grave déficit social-econômico que o Custo Botina impôs a todos nós. Copa do Mundo é como remédio, tem prazo de validade, finda em 2014, as demais coisas, acima citadas, por sua vez, são essenciais, permanentes.
A meu ver, o Custo Botina é um verdadeiro bulluyng político tamanho a sua ofensa e maltrato contra os mato-grossenses.
Com a palavra o povo.
Milton Figueirêdo Junior – membro Diretório PSDB – Sinop.