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O Brasil precisa do engajamento das mulheres

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Na última quinta-feira (18), a Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou por unanimidade o projeto de ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses para trabalhadoras de empresas privadas. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados e espera-se que seja rapidamente aprovado.

Momentos como este nos dão a oportunidade de reabrir a discussão sobre a participação da mulher na política, hoje ainda muito pequena em relação à proporção de mulheres na população brasileira.

Enquanto somos mais da metade da população, não temos mais do que 11% dos cargos para vereador. Já na Câmara dos Deputados, há apenas 47 mulheres entre os 513 parlamentares. E olha que esses números já melhoraram muito nos últimos anos.

Acredito que a nossa participação deveria ir muito além da que desempenhamos até agora. Um projeto como esse, de extensão da licença-maternidade, beneficia a sociedade como um todo, pois sabemos que o aumento do tempo de amamentação é fundamental para a saúde dos bebês. Mas não seria uma medida que poderia ter sido implementada há mais tempo?

A tramitação dessa lei já dura quase três anos e há muitas outras boas iniciativas que lá estão emperradas simplesmente porque não há uma bancada feminina mais forte. Quando deputada em 2004, fui a relatora da Lei Nacional de Adoção, que entre outras medidas importantes criava o cadastro nacional de candidatos a adotar crianças brasileiras.

O cadastro iria facilitar a adoção e abreviar o sofrimento de muitas crianças órfãs do Brasil. Para isso, bastaria que os juizados estaduais fizessem uma integração de sistemas. Mas até hoje o cadastro não está em funcionamento porque temas como adoção, amamentação, saúde da mulher, entre outros, apesar de serem extremamente importantes para a população como um todo, não são prioridade para os nossos senhores congressistas.

Por isso, é preciso que todas nós, mulheres, façamos uma reflexão sobre o papel político que temos exercido até aqui em nosso município, estado e país. Não podemos ficar à margem destas e de outras discussões importantes para o futuro do país. Temos que ser mais ouvidas e, por que não dizer, mais respeitadas.

Neste final de semana, o PMDB Mulher recebe em Cuiabá companheiras e simpatizantes de toda a região Centro-Oeste para um encontro do qual sairão inúmeras propostas com vistas a um maior engajamento político da mulher. Tenho a certeza que deste encontro sairão futuras vereadoras, prefeitas, deputadas e, quem sabe, não estaremos dando um primeiro passo rumo à conquista da Presidência da República por uma mulher. Garra para isso todas nós, brasileiras, temos, não é mesmo?!

Teté Bezerra é ex-deputada federal, presidente do PMDB Mulher de Mato Grosso e tesoureira do PMDB Mulher nacional.

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