O mundo está mudando. Se prestarmos atenção veremos que estamos no meio de uma revolução silenciosa, que pode ser vista, sentida e ouvida, nos mostrando que não se trata da “Era de Mudanças” mas sim de uma “Mudança de Era”.
Isso se traduz também no que diz respeito ao envelhecimento da população. Com o crescimento da expectativa de vida alavancada pelo avanço da medicina, mudanças estruturais na sociedade, na economia, na política e também com o fim do emprego para toda a vida, muitas pessoas terão de fazer grandes mudanças durante a meia-idade, exercendo uma segunda carreira e assumindo esse novo desafio, para tanto, é preciso superar dois mitos:
O primeiro é que a meia-idade é o início do declínio. Essa é uma crença limitante que temos que transformar em crença libertadora. Nessa fase da vida surgem problemas é verdade, na saúde, nos relacionamentos ou no bolso e é motivo de preocupação, mas a força vital do homem não se esgota aos 60 anos, aos 70 nem aos 80. Tampouco desaparecem as possibilidades. O fato é que, ao chegar à meia-idade, a maioria ganhou uma liberdade que só a experiência pode oferecer, talvez seja a melhor fase da sua vida, é agora que lastreado na sua vivência, poderá ter tudo que lhe foi negado até essa idade, e contar com oportunidades inéditas de crescimento pessoal através do autoconhecimento
Só que a transição na meia-idade deve ser fundada e fundamentada no realismo, no esforço pessoal, no autoconhecimento e não movida pelo segundo mito, o da meia-idade como momento de transformações mágicas, crença que tem que ser também quebrada. Ao contrário do que dizem inúmeros livros e gurus da auto-ajuda, esse tipo de transformação aligeirada podem trazer alguns problemas.
Para ter sucesso nessa transição, a pessoa com mais de 50 anos deve estar aberto ao leque de possibilidades para as quais sua experiência o qualifica, mas também ser realista em relação ao que é possível atingir, se tiver dificuldades, procurar sem constrangimentos por que tem ferramentas e conhecimento para guiá-lo, como por exemplo, um Coach ou outro profissional que possa com método ajudar a superar essas dificuldades.
Então, mãos a obra, vamos entender que se focarmos nos nossos sonhos e metas estrategicamente, a meia idade é a melhor hora para deixar seu verdadeiro “eu” fluir e aflorar.
Hoje, a expectativa de vida no mundo ocidental é de cerca de 80 anos, se seguirmos alguns conceitos básicos de saúde, a tendência é que a expectativa aumente cada vez mais. Isso significa que aos 50 anos, esse cidadão viverá mais 30 anos com qualidade de vida, e o que é melhor, sendo ativo, produtivo e útil.
Essa quebra de paradigmas fará forçosamente com que a mudança na meia-idade passe a ser uma necessidade existencial para muitas pessoas. Umas por motivação interna, sentindo que o trabalho atual já não traz satisfação nem sentido para a sua vida e sonhar com novos desafios e começar a fazer o que sempre amou e que as circunstancias o impediram. Decidindo que é hora de buscar novos caminhos. Algumas outras pessoas sentirão a necessidade da mudança acarretada por eventos externos, ou seja, um profissional que pode se deparar diante de um conflito sem saída uma vez desempregado, sua empresa em declínio, um executivo talvez tema ser demitido, um gerente pode ter sido preterido na hora de uma promoção e considerar mínimas suas chances de um dia subir ao patamar seguinte, a aproximação de uma aposentadoria, um relacionamento antigo poderá se tornar insuportável, e outros vários tipos de dificuldade, dores e sofrimento, situações previsíveis e que poderão ser um martírio. O problema é que em geral, as pessoas estão despreparadíssimas para absorver as necessárias mudanças.
O segredo é estar aberto ao leque de possibilidades para as quais sua experiência o qualificou, mas ser realista em relação ao que é possível atingir.
Eduardo Cunha é arquiteto, construtor e estrategista de carreira, engenheiro de segurança e higiene no trabalho, doutor em Psicologia Social, professor do IFMT, Coach e Practitioner em Programação Neurolingista.