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Menores infratores em Sinop

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Parabéns ao delegado Algacir por sua decisão inédita em nosso município: após análise conjunta dos poderes competentes, encaminhar o menor infrator para receber ajuda. Dentro do Judiciário, Juiz da Infância e Adolescência, Ministério Público e Delegado de polícia, poderes distintos, trabalhando em equipe. É do trabalho especializado de cada profissional, acrescido de doação pessoal e interesse pelo próximo que resulta em ações do tipo que acaba de nascer.

Quando avistamos uma bela mansão, provavelmente não imaginamos a necessária integração entre os competentes profissionais que atuaram desde a elaboração da planta. Em nossa cidade, a pedra fundamental de uma edificante obra social foi lançada. São mãos estendidas a criaturas carentes que, muito provavelmente suas ações traduzem gritos de socorro emitidos numa linguagem que os prejudica, traz transtornos a terceiros e que, caso sejam bem interpretados, os benefícios advindos se traduzirão em recuperação de vidas com projetos para o presente e futuro e paz para a sociedade. O que esta atitude das nossas autoridades nos transmite é a de não deixar o menor infrator à sua própria sorte. Nossa cidade carecia de uma decisão como esta há muito tempo. São mãos estendidas a jovens criaturas que não tiveram a sorte de nascer em berço esplêndido mas, desafortunadamente, cercados de um ambiente que deixou a desejar na construção dos alicerces sólidos necessários à formação do indivíduo jovem, ainda criança.

A meu ver, esta equipe que ora demonstra tal sensibilidade precisa ser ampliada. Que esta onda de energia caminhe célere até tocar a mente de outros profissionais que tiveram força e treinamento mental suficiente para chegar aonde chegaram. Quem vai atuar ou, quais profissionais irão atuar junto à família do jovem enquanto ele estiver em processo de recuperação?- Ei, família; de que modo vocês trataram vosso filho até hoje? Ele está pedindo socorro! E a maneira como ele o pede, está sendo rude demais! Mas, agora já não importa o que fizeram ou o que deixaram de fazer; o importante é o daqui para frente; estamos aqui para ajudar!

Roguemos para que, dentro da Instituição destinada a recuperá-los outras mãos lhes sejam estendidas e seja feito um trabalho dirigido de tal forma que percebam que existe algo melhor do que aquilo que sempre fizeram ou que iniciaram a fazer. Desintoxicação? Intercambio entre instituições? Cursos? Estágios? Oficinas? Na prática médica existe o procedimento chamado encaminhamento em que o paciente sem diagnóstico ou sem melhoras é encaminhado a centros maiores, equipados com suportes mais sofisticados que permitem o diagnóstico e tratamento com segurança. Uma vez conseguida a estabilidade do caso, há o retorno ao local de origem com relatório e sugestões. O importante é que o jovem saia de onde esteve, diferente do que quando entrou; auto-estima pra cima, novos horizontes. – Meu pai, minha mãe! O que fizeram com vocês? Estão diferentes! Pra melhor, muito melhor! -Que ótimo!- Me abracem:- Eu também mudei!

Em Educação infantil, quando a criança apresenta conduta inadequada, não se recomenda esperar uma segunda ou terceira vez para reconduzi-la a um comportamento tolerável. Isso é dar limites. Por outro lado, se deixo a criança incorrer repetidas vezes em erros e não tomo nenhuma ou pequena atitude corretiva, estou sendo permissivo, além do inconveniente da correção, quando for realizada, se tornar mais difícil e dolorosa para a criança (ela tende a resistir mais aos apelos educativos).

O jovem que esteve sob os cuidados da Instituição para menores necessita ser monitorado após sua recuperação? Sim, deve; mas não com tornozeleira atada ao corpo, e sim, ligado afetivamente a conselheiros que o ajudarão se firmar no mundo honrado. Juiz, promotor, delegado, psicólogos, sua família, ficarão lado a lado, num sólido apoio que o impedirão de avistar o passado, ao mesmo tempo em que lhe apontam como deve ser o presente.

E a sociedade não faz nada? Não faz porque não recebe propostas! Não deve contribuir com alguma coisa? Se for solicitada! A sociedade Sinopense tem vocação para ajudar; basta algum canal de televisão pedir ajuda para ter suas dependências abarrotadas de donativos. As pessoas de bem de nossa cidade só esperam que se especifique qual deve ser seu modo de agir. Entendem que, entrar em praia desconhecida sem um eficiente salva-vidas não é muito recomendado.

Carlos Eduardo Almeida Vieira é médico pediatraé médico pediatra em Sinop

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