sexta-feira, 3/maio/2024
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Mato Grosso Ecolegal: reaja nortão III

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A operação Arco do Fogo desencadeada pelo M.M.Ambiente, com apoio logístico do IBAMA, da Polícia Federal e da Força Policial de Segurança Nacional, ainda em vigor na cidade de Sinop e região norte do estado de Mato Grosso, já foi devidamente enquadrada pelo Poder Judiciário, este nosso guardião da democracia e da força do direito.Ainda Bem!Abusos à parte, exibicionismo desnecessário, sensacionalismo, coação, quebra do Pacto Federativo, números manipulados, enfim, são assuntos que permearam as discussões nas últimas semanas, mobilizaram os empresários, a mídia,os políticos, as lideranças sindicais e os brasileiros preocupados com o futuro desta terra, que vez por outra sofre este tipo de discriminação por parte os agentes do nosso próprio Governo Federal. Inúmeras ações deram entrada na justiça, e com certeza serão analisadas pelos mesmos princípios da justiça e da legalidade.

O Nortão reagiu, as lideranças se mexeram, os políticos agiram, o Judiciário se manifestou. O resto é questão de tempo. A Arco do Fogo terá que ser revista, pois da forma como vem sendo realizada é contra a lei, fere direitos, desrespeita princípios e é desprovida de razão. Não é uma operação de repressão ao desmatamento ilegal até mesmo porque ainda não foram a nenhum assentamento do INCRA e nem notificaram e multaram este órgão Federal inoperante, que promove a instalação de centenas de famílias em meio à floresta dizendo fazer reforma agrária, quando na verdade apenas cria favelas na zona rural, sendo estas responsáveis por 20% do desmate na Amazônia brasileira. O IBAMA, a PF e a Força de Segurança Nacional não vieram aqui para realizar uma operação de repressão, mas sim de opressão. Conseguiram despertar apenas a indignação e a revolta e enquanto isto, o tráfico de drogas, o contrabando de armas e todo tipo de produtos roubados continuam a ter trânsito livre em nossas fronteiras. A quem interessa esta situação? Quem ganha com tudo isto?Quem esta por traz destas operações sensacionalistas que a cada período desabam sob as cabeças dos homens e mulheres que fazem desta região uma das mais desenvolvidas do país, quanto aos índices de qualidade de vida (IDH), segundo o próprio IBGE?

Até quando nossos governantes serão omissos quanto aos interesses de nosso país deixando-se dobrar por uma opinião pública internacional maniqueísta, que nos coloca como destruidores, sendo eles próprios os maiores responsáveis pelos desequilíbrios ambientais do planeta? Estas dúvidas todas tem respostas, e a principal delas e que temos um governo incapaz de elaborar um plano nacional de desenvolvimento sustentável para a região amazônica por temer a reação da opinião pública do mundo, além da interna, desinformada e manipulada de forma tendenciosa pela principal rede de televisão do país, nosso Ópio Nacional, que nos últimos doze meses divulgou 280 notícias de cunho ambiental, a maioria delas de forma tendenciosa aos interesses internacionais, sempre denegrindo nosso país e prejudicando nossas forças produtivas. Mas neste artigo, não quero me limitar a comentar coisas negativas embora verdadeiras. A minha proposta é de que já que os nossos governantes não tem competência para fazer o que tem que ser feito e muito menos coragem, façamos nós, o povo que vive e trabalha nesta região, os ajustes de conduta necessários e a adoção de um modelo de desenvolvimento sustentável que nos coloque na vanguarda das discussões de caráter ambiental que hoje permeiam o mundo. Para isto temos moral, pois o maior ativo ambiental do planeta nos pertence, além de termos o maior celeiro de alimentos da terra e sermos capazes de em tempos de crise, atender a contento a demanda mundial por comida.

E as crises de desabastecimento são cíclicas, a cada estertor histórico do capitalismo mundial, a cada queda dos impérios econômicos houve fome e milhões pereceram. É por isso que na Europa e América do Norte a agricultura é subsidiada.
Mas como fazer isto, conciliar produção com sustentabilidade social e ambiental?A resposta é mais simples do que possamos imaginar, requer apenas empenho dos poderes constituídos, municipais, estadual e principalmente federal, para que juntos com as entidades de classe a sociedade civil organizada e os cidadãos desta região, possamos implantar projetos de excelência que já existem e aguardam apenas a coragem de pessoas chaves e a vontade política dos administradores públicos para serem implementados.

Um exemplo, é o Projeto Ecoagrotur- Sinop Ecolegal, que poderia ser perfeitamente aplicado em todos os municípios da região norte do MT e que busca exatamente a regularização ambiental e a aplicação de políticas públicas inteligentes que dêem ao homem que vive neste meio ambiente a oportunidade de participação neste processo, como o principal agente capaz de interagir positivamente num novo modelo de gestão, convívio e exploração dos recursos naturais que possuímos.
Muitos em Sinop, já viram a exposição deste projeto, faz quase um ano que ele foi concebido. Idéias elaboradas por um grupo de pensadores, inteligência composta por representantes da iniciativa privada, engenheiros ambientais, agrônomos, professores universitários, autodidatas, colaboradores anônimos e voluntários. Este projeto se propõe a ser muito mais amplo do que o modelo adotado e em implantação no vizinho município de Lucas do Rio Verde, (Lucas Legal) que já colhe os resultados objetivos e subjetivos da iniciativa pioneira. Enquanto isto, aqui no Nortão, continuamos aguardando uma mudança de mentalidade por parte dos políticos e das lideranças empresarias da nossa cidade, que tem o dever neste momento difícil e mais ma vez constrangedor pelo qual passamos, de se colocarem acima das suas ideologias partidárias e interesses de classe e assumirem a condução deste projeto, ou de outro equivalente que seja melhor, mas que uma vez implantado irá alçar a nossa região aos mais altos níveis nos conceitos que consideram um povo ,desenvolvido nos aspectos Ambiental, Social, Econômico e Cultural, do Brasil e por que não dizer, do mundo.
Falta para isto apenas coragem , determinação e vontade política.

Os idealizadores do projeto continuam a trabalhar para que esta disposição surja o quanto antes. O momento nunca foi tão oportuno. Vamos passar das ações opressivas para as ações pró-ativas. A começar por nós. Ninguém em sã consciência poderá dizer que estou sendo radical, afinal já passa da hora de acordarmos. Reaja Nortão também significa “façamos o dever de casa”.

Obs: Quem quiser conhecer o projeto Ecoagrotur-Sinop (nortão) Ecolegal, acesse www.claytonarantes.blogspot.com e dê a sua opinião.

Clayton Arantes – liderança rural e acadêmico de jornalismo.

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