segunda-feira, 27/maio/2024
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Massami Uriu

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A última vêz que o vi, ele estava em seu escritório andando para lá e para cá. Para ver àquele senhor sentar em sua poltrona na sua sala, bastava começar algum assunto relacionado ao esporte. Aí ele se aquietava. Àqueles olhinhos( naquele homem tão franzino de físico, tão grande de caráter, para citar apenas uma de suas muitas virtudes) brilhavam ao contar suas histórias deliciosas que viveu no futebol. História como àquela, no campeonato nacional de futebol de salão, no Rio de Janeiro, contra o time do Bradesco, base da seleção brasileira. Massami, então técnico de nosso time, se esgoelava do lado da quadra querendo que o árbitro parasse o jogo para que um de seus jogadores ” amarrasse o cadarço”. Obviamente, não foi atendido.

Lembro que você se contorcia de tanto rir de si mesmo quando falava sobre isso. Massami me chamava de Tatú, um dos apelidos que tenho. Nós, os atletas amadores de final de semana, o chamávamos de “Papai”. Ia o ano de 1984 e Massami formou o Santos. Tímaço na época: Pasinha, Marinho,Guedes e tantos outros. Havia “clássicos” locais cercados de enorme rivalidade contra o time do Machado, do Internacional, do Sinop. Essa rixa esportiva contra Sorriso já existia na época. Fazíamos jogos memoráveis contra o São Paulo daquela cidade, no campo da Madenorte. Lembra disso Papai? Tenho certeza que sim. Ganhamos, perdemos. A vida seguiu.

Me tornei doutor. Igual àquele menino de meião escorrido nas finas perninhas, com a camisa do Santos no corpo e uma bola na mão, que nós chamávamos( só para sacanear) de “Hérinho”. Orgulho seu e da Dalva, Massami: Doutor Hélio Uriu. Perdoe se não fui visitá-lo na Câmara Municipal, para última despedida. Não queria ti ver assim.Quero ter comigo àquela imagem daquele grande homem franzino nos incentivando na beira do campo. Daquelas reuniões em sua casa na véspera dos jogos, onde você se impunha pelo seu tom doce, quase fraternal, com o qual se dirigia à todos nós. Do sorriso que brotava de seu rosto quando nos encontrávamos. Não era privilégio meu, não. Você era amável com todos, Massami. Por isso esse vazio, essa saudade que você deixou. Descanse em paz Massami.

Obrigado “Papai”. Obrigado mesmo.

Geraldo Destefani Filho, odontólogo em Sinop

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