Ao lado do Marechal Rondon; de Ricardo Franco; do cap. gen. Luiz de Albuquerque de M. P. e Cáceres e do arcebispo dom Aquino Correa, Augusto Leverger, forma o quinteto de heróis mato-grossenses.
Augusto João Manoel Leverger nasceu em Saint Malô em 1802, na França Napoleônica. Era filho do marinheiro Marthurin Leverger e de Reine(Regina) Corbes. Com a ausência constante do pai, o garoto foi educado com rigor pela mãe, que lhe incultou sólidos princípios de honra e fé cristã. O jovem Leverger concluiu o curso secundário na França e aos 17 anos viajou com o pai para a América do Sul.
Durante 5 anos(1819 – 1824) Leverger permanece entre Montevidéu e Buenos Aires, na função de marinheiro,chegando ao posto de 2º Comandante de navio.É da capital portenha que Leverger acompanha o desenrolar da Guerra de Independência Brasileira, que se estende a Montevidéu. Com a morte do pai em 1822 e com a derrota dos portugue-ses no início de 1824, Augusto Leverger regressa a Mon-tevidéu e reassume seu posto no navio ‘gen. Lecor’, que passa a pertencer à Marinha de Guerra do Brasil. Diante de tantas mudanças, Leverger pede e consegue ingressar em nossa Marinha, em novembro de 1824, como 2º Tenente.
De 1825 a 1829 Augusto Leverger atua intensamente na Guerra da Cisplatina, contra argentinos e uruguaios. Nesse front foi promovido a 1º Tenente e recebe como premio pela sua dedicação e sucesso a condecoração ‘Ordem do Cruzeiro.
Recém chegado ao Rio de Janeiro após a Guerra da Cis-platina, que culminou com a independência do Uruguai, o ‘Bretão Francês’ é transferido para a longínqua e desértica província de Mato Grosso, que possuía menos de 80.000 habitantes, com a missão de montar uma esquadrilha de chalupas canhoeiras, objetivando a defesa da fronteira no rio Paraguai.
Enquanto tentava entender os critérios que o comando da Marinha utilizou para designá-lo para um lugar tão distante de tudo, não imaginava Leverger, que o destino lhe arrastaria para um ambiente onde viveria para o resto da sua vida e que se constituiria no maior nome de Mato Grosso no século XIX e que seria o pré cursor de Rondon!
Wilson Santos é professor de História e ex-prefeito de Cuiabá