O governo de Mato Grosso, na gestão tucana, respondeu processo no Ministério Público Federal pela operação triangular com o Banco Itamarati, envolvendo US$ 6 milhões. Deu na Revista Veja, edição 38, setembro de 1998.
Um deputado não governista havia proposto, ainda que timidamente, a criação da CPI do DVOP. O finado órgão acabou extinto sob argumentos fraquíssimos e suspeitas fortíssimas. Deu em todos os sites.
Os tucanos ainda responderam pelo derrame de dinheiro para a consolidação de um grupo de comunicação no estado. Mais de R$ 5 milhões, sendo que mais de 80% das despesas gastas com publicidade eram feitas sem licitação. Deu na Isto É, edição 1508, agosto de 1998.
Caso envolvendo pessoas ligadas à família (tucana), cujo processo foi arquivado, apesar de ter sido detectado e investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado). O crime foi repercutido na AL, principalmente pela voz da então deputada Serys Slessarenko. Deu nos sites locais.
A pergunta que nunca se calou é com relação aos R$ 170 milhões arrecadados com a venda da Cemat. Onde os tucanos teriam aplicado o dinheiro, se não existem obras daquela época no estado tocadas com recursos próprios?
Calote nos servidores do estado, mais de 20 anos de serviços prestados, sem pagar um centavo sequer de indenização. A imprensa apontou que por isso a casa do governador foi confiscada pela justiça.
Conluio com o governo FHC no congelamento de salários dos servidores públicos estaduais, durante 8 longos anos.
Dois superfaturamentos nas obras da BR 163, cujas condenações obtiveram pareceres favoráveis pelo Tribunal de Contas da União, envolvendo mais de R$ 13 milhões. Os preços chegaram, conforme TCU, a 50% de superfaturamento. A 163 ficou proibida de receber novos recursos enquanto rolou os processos.
O governo tucano emprestou junto ao Banco Mundial US$ 45 milhões, com o argumento de que seria para um programa de reforma administrativa do governo. Da primeira parcela de U$ 22 milhões, segundo o próprio Bird, 80% foram aplicados em outros fins. Que fins???
Com esse mesmo argumento de “Reforma Administrativa”, o governo tucano obteve, nos bastidores da Telebrás/Telemat, uma antecipação de receita de R$ 30 milhões. Com os R$ 45 milhões do Bird, significa dizer que a reforma administrativa teria custado R$ 75 milhões. Deu no Correio Brasiliense.
Nenhum centavo do que foi arrecadado com empréstimos e venda de empresas públicas foi aplicado no abatimento da dívida do Estado. Ao contrário, o governo triplicou a dívida pública, que era de R$ 1 bilhão nas gestões dos seus antecessores contemporâneos e chegou a R$ 3 bilhões no fim do primeiro mandato. Ou seja, mais de R$ 2 bilhões de endividamento em apenas 4 anos de gestão tucana à frente do governo do estado.
Por decreto (nº 1.102/96) o governo desviou R$ 1,5 milhões de verbas destinadas ao setor de saúde pública do Estado (construção de vários hospitais – entre eles o Hospital Geral, tão citado pelo prefeito Wilson Santos por estar com obra inacabada), para a secretaria de Comunicação, onde funcionava o ralo de grande parte do dinheiro do contribuinte. Deu na Folha de São Paulo.
O então deputado José Carlos do Pátio, hoje aliado dos tucanos, denunciou e levou ao Ministério Público documentos que comprovavam irregularidades na aplicação de cerca de R$ 50 milhões que deveriam ser destinados na qualificação de trabalhadores no Estado. O dinheiro era do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), liberado pelo Ministério da Justiça. Boa parte, conforme relatório da auditoria, foi gasta pouco antes da campanha para a reeleição tucana.
Além dos casos como estes aqui relatados, existem outros, inúmeros, como o do Parque Mãe Bonifácia, onde a licitação acabou caindo nas empresas da irmã do então governador tucano. A investigação averiguava se a operação tinha triangulação com a construção da Usina de Manso. Ninguém sabe que fim levou.
Há muitas parolagens ainda pairando sob o tucanato matogrossense. Não são poucas, pequenas nem inocentes. Se todas essas informações fossem levadas a sério pelo Ministério Público (que só acusa pequenos), a imprensa e os políticos locais, certamente algo restaria em Mato Grosso, que por força de um eufemismo melhor, chamaríamos de corrupção.
E é com esta firmeza que esclarecemos o título L.A.M.A.: Leitores, Alternativas Melhores Aparecerão!
Em tempo I: É com a devida modéstia que vimos na última semana, o governador Blairo Maggi acatando quase todas as sugestões inseridas em nosso artigo anterior, sob o título ‘O fim da Botina’.
Em tempo II: O artigo de hoje é um arrazoado de sugestões desembrulhadas da nossa caixa de e-mail, originadas de vários locais e pessoas diferentes.
José Marcondes Neto é jornalista em Mato Grosso
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