quinta-feira, 28/março/2024
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Igualdade, Educação e Paz Social

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Há aproximadamente um ano escrevi algumas despretensiosas linhas acerca dos caminhos que julgava necessários para que alcançássemos a tão desejada paz social, muito antes do pouco esclarecedor debate sobre o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento vir á tona.

Digo pouco esclarecedor porque, tanto do lado dos que defendem a proibição do comércio de armas de fogo quanto por parte dos partidários do “não”, há a nítida tendência à manipulação dos dados estatísticos e apelos emocionais que mais confundem e quase nada explicam, tornando aquilo que deveria ser uma apresentação de argumentos importantes em uma mera queda-de-braço em busca da simpatia da população brasileira ou, em outras palavras, tornaram-se expoentes mais os apelos publicitários do que a própria decisão em si.

Some-se a tais fatos outros dois: primeiramente a clara tendeciosidade por parte do governo Federal, que pôs o Sistema Único de Saúde – SUS – e até o Ministério da Justiça a serviço de uma das correntes diretamente interessadas no dito referendo e, da mesma forma, a clara ação publicitária, ora aberta ora subliminar, da maior rede de veículos de informação do País (que engloba emissoras de rádio e televisão, além de jornais e revistas).

Mas distante de especular sobre os interesses pouco ou nada declarados de parte a parte, faz-se necessária a seguinte indagação: até que ponto gasto tão vultoso (mais de duzentos milhões de reais) no próximo referendo é prudente e oportuno, haja vista a quase pífia abrangência da Lei em discussão? Será que as verdadeiras “fontes” da violência urbana será estancadas com a proibição da comercialização de armas e munições que tal artigo prevê? E, finalmente, os órgãos governamentais terão meios para fiscalizar nossas fronteiras e evitar o contrabando exterior?

Por outro lado. Urgem providências em várias outras frentes, além do nosso já precário sistema de segurança pública, dentre os quais os de saúde e educação, que têm os quadros mais alarmantes. E daí nascem outras tantas questões na cabeça do cidadão comum… Quantas universidades não poderiam receber reformas, quantas escolas não poderiam receber reformas, quantas escolas não poderiam ser restauradas ou, ainda, quantos hospitais não poderiam ganhar novos equipamentos com esta mesma soma?

Um problema que parece não sensibilizar muito nossos governantes é a prática de políticas públicas duradouras, voltadas ás bases do conjunto social, que atinjam de maneira equânime todas as camadas da população, ou será que um povo mais educado e com melhor qualidade de vida também não seria menos violento, menos propenso a ser enganado pelo “canto da sereia” entoado por traficantes e seus patrocinadores ou, da mesma maneira, menos tendido a armar-se?

O problema de desagregação social e do fosso provocado pela má distribuição de renda, caros leitores, também tem seu grau de “democracia”, posto que de um lado arma o miserável para roubar do rico e, vice-versa, arma o rico para que possa se “defender” do pobre. E tal problema, não nos enganemos, tem raízes na infância roubada – ora por traficantes ora por sonegadores de impostos – dos que não tiveram direito a uma educação mínima e a possibilidade de lutar por um posto no mercado de trabalho. Daí nascem as derradeiras perguntas: a) Ganhando o “sim” ou vencendo o “não”, haverá igual interesse por parte do governo (em todas as esferas) para atacar – com a mesma força – os problemas neste texto apontados? Ou, b) estaremos mais uma vez entrando em fatídica cortina de fumaça que só tem a função de distrair-nos enquanto coisas muito mais perigosas sorrateiramente se organizam contra nós e nossa Nação?

Somente seremos um povo realmente livre quando pudermos olhar para trás e veremos que, de fato, a senzala perdeu seus grilhões e que as Casas-Grandes não mais nos amedrontam com seus modernos açoites, feitos à base de programas de televisão tendenciosos e “canetaços” governamentais.

Abraços fraternos a todos…

Que Deus abençoe o Brasil!

Sonir José Boaskevis é mato-grossense, estudante de sociologia pela
Universidade de Brasília – UnB, funcionário público e
Livre-pensador.

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