Enquanto os governos não chegam às “soluções definitivas” para a miséria, que cada criatura, por iniciativa pessoal ou em comunidades, faça mais do que puder — e não o deixe de realizar — pelo semelhante, pondo em ação o poderoso espírito associativo de Caridade, tão apregoado e vivido por Jesus, Muhammad, Moisés, Buda, Onisaburo, Confúcio, Gandhi e outros luminares da História não somente do campo religioso, entre estes:
Aristóteles (384-322 a.C.), filósofo grego — “A felicidade consiste em viver bem e fazer o Bem”.
Anália Franco (1853-1919), educadora brasileira — “Eduquemos e amparemos as pobres crianças que necessitam de nosso auxílio, arrancando-as das trilhas dos vícios, tornando-as cidadãos úteis e dignos, para o engrandecimento de nossa pátria”.
Princesa Diana (1961-1997) — “Todos precisamos demonstrar quanto nos preocupamos uns com os outros e, nesse processo, cuidar de nós mesmos”.
Rui Barbosa (1849-1923), jurista, jornalista, político e diplomata brasileiro — “Todos os que dão aos necessitados, todos os que valem aos desvalidos, todos os que acodem aos aflitos, aos feridos, aos doentes, todos esses estão dentro do Evangelho, cuja substância se resume na caridade”.
Charles Chaplin (1889-1977), ator e diretor de cinema inglês — “Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à juventude e segurança à velhice”.
André Rebouças (1838-1898), engenheiro militar, inventor e abolicionista brasileiro —“(…) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo”.
Anne Frank (1929-1945), jovem escritora judia — “Todo mundo tem dentro de si um fragmento de boas notícias. A boa notícia é que você não sabe quão extraordinário você pode ser! O quanto você pode amar! O que você pode executar! E qual é o seu potencial! (…) Que maravilha é ninguém precisar esperar um único momento para melhorar o mundo”.
Dra. Zilda Arns (1934-2010), médica pediatra, sanitarista brasileira e fundadora da Pastoral da Criança — “O trabalho social precisa de mobilização das forças. Cada um colabora com aquilo que sabe fazer ou com o que tem para oferecer. Deste modo, fortalece-se o tecido que sustenta a ação, e cada um sente que é uma célula de transformação do país”.
La Fontaine (1621-1695), fabulista francês — “Amai, amai, que tudo o mais é nada”.
Saadi (1213-1292), poeta persa, cujos seguintes versos se encontram inscritos em tapeçaria exposta na parede de entrada do edifício das Nações Unidas, em Nova York — “Os seres humanos são membros de um todo,/ Na criação de uma só essência e uma só Alma./ Se um membro é afligido com dor,/ Outros membros ficarão desconfortáveis./ Se você não tem simpatia pela dor humana,/ Você não poderá conservar o nome de humano”.
Irmã Dulce (1914-1992), também conhecida como “O anjo bom da Bahia (Brasil)”, ganhadora da Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica do ParlaMundi da LBV (1997 — categoria Solidariedade) — “Se houvesse mais Amor, o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido nisso: dê o máximo de si em favor do seu Irmão, e, assim sendo, haverá Paz na Terra”.
Winston Churchill (1874-1965), político e escritor inglês, Prêmio Nobel de Literatura de 1953 — “Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas em palavras singulares: Liberdade; Justiça; Honra; Dever; Piedade; Esperança”.
Herbert José de Sousa, o Betinho1 (1935-1997), sociólogo, ganhador da Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica do ParlaMundi da LBV (1996 — categoria Solidariedade) — “Não posso ser feliz diante da miséria humana. O fim da miséria não é uma utopia”.
Florence Nightingale (1820-1910), ícone inglesa da Enfermagem, que sempre encerrava suas cartas com uma frase manifestando seu extremado zelo pelo próximo — “É caridade cuidar bem de corpos doentes. É uma caridade maior cuidar bem e com paciência de mentes doentes (…). Contudo, existe uma caridade ainda maior: fazer o Bem àqueles que não são bons conosco (…)”.
Portanto, “que os homens possam se lembrar de que são irmãos”, conforme exortou Voltaire (1694-1778). No seu Tratado sobre a Tolerância, François-Marie Arouet (verdadeiro nome do polêmico pensador francês) grafou:
— A Natureza diz a todos os homens: (…) Eu vos dei braços para cultivar a terra e um pequeno lume de razão para vos guiar; pus em vossos corações um germe de compaixão para que uns ajudem os outros a suportar a vida. Não sufoqueis esse germe, não o corrompais. Compreendei que ele é divino (…).
Sim, caro Voltaire, e que dessa forma seja de norte a sul, de leste a oeste, pois o tempo histórico para que a Humanidade entenda que a conservação do planeta depende do nosso comportamento verdadeiramente civilizado está diminuindo a olhos vistos. E essas não são palavras de um místico vidente, por mais respeitável que seja, porém a simples constatação da realidade. Jamais, como agora, se fez tão necessária a mensagem de conforto e esperança.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
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