sexta-feira, 26/abril/2024
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Galinho nazista

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A confusão em que o prefeito Wilson Santos se meteu com os estudantes secundaristas merece alguns comentários. Porque demonstra que um governo não se faz apenas com bravatas, factóides e boas intenções. Algumas questões merecem soluções práticas. O aumento na passagem dos ônibus é uma delas.

Sobretudo para um prefeito que foi eleito amparado em um programa de governo que valorizava a juventude, estudante ou não, e esta última categoria em particular, fazendo compromissos com o passe livre e a tal “mania de educação”.

Portanto, é mais que natural que sofra cobranças, sobretudo desse setor, e também pelo compromisso de fazer uma administração participativa e aberta à população. Os estudantes, ao que parece, estão recuperando seu poder de mobilização. Confesso que não prestei muita atenção em quem está liderando as mobilizações. O estilo, no entanto, é radical e barulhento, e me faz lembrar dos meus bons tempos de movimento estudantil. O importante, contudo, é que a estudantada resolveu comprar a briga pra valer. E quando há tanta motivação, é preciso mais que palavras vazias para lidar com estudantes.

O melhor exemplo disso é o apelido com que alcunharam Wilson Santos. Nazista é forte, reconheço. Mas, são típicos da juventude esses exageros. O que importa é que a idéia de que o prefeito não está governando para o povo, para os mais pobres e necessitados, começa a ganhar corpo. A primeira manifestação nesse sentido veio com a mudança no sistema de transporte, com a desativação da Bispo e o senso comum de que ficou mais difícil e mais caro andar de ônibus coletivo na Capital. Verdade ou não, são outros quinhentos. Mas, a percepção geral é essa.

Com o movimento comunitário a relação do prefeito é péssima. Volta e meia leva umas bordoadas dos presidentes de bairros. Eles têm até um jornal que sempre aperta o calo do Galinho. Acusá-los, tanto os estudantes como os comunitários, de estarem a serviço da oposição ou de “setores ocultos” que não gostam o prefeito é que seria nazismo. Ou melhor, fascismo. Porque uma administração realmente transparente e democrática aceita a diferença e vai para o debate público, reconhecendo a legitimidade dos movimentos organizados, sem tentar rotulá-los perversamente daquilo que de fato não são.

Aqui, abro um parênteses para concordar com Onofre Ribeiro, quando este diz que falta rumo e posicionamento ao prefeito Wilson Santos. E acrescento que está passando da hora de encontrá-los, para o bem de sua administração, e, por extensão, da nossa cidade.

Kleber Lima é jornalista e Consultor de Comunicação da KGM
[email protected]

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