Um radialista teceu comentários sobre a precária sinalização de uma rodovia em obras, e segundo ele essa era a causa de um acidente de moto, que se chocou frontalmente contra um tronco atravessado na rodovia.
Pasmem! Quando uma rodovia está em obras, normalmente tem placas de aviso para reduzir a velocidade, placas de desvio, terra solta, restos de materiais e, neste caso, um tronco atravessado.
Diariamente manchetes de jornal escritas e televisivas alertam para o problema: "Guerra Urbana: Um problema de saúde pública, o trânsito mata mais do que guerras… mortes, membros amputados, paralisias parciais e totais… o sangue mancha o asfalto das ruas e rodovias, onde ecoa sem parar o choro daqueles que perderam um ente querido no trânsito" (Jornal Circuito Mato Grosso, Edição 25/11/10).
Em 2004 a monografia em Direito foi sobre os acidentes de trânsito em Sinop. Foi constatado que mais de 90% são ocasionados por falha humana e os outros 10% são ocasionados por má sinalização, má conservação de ruas/rodovias ou falha mecânica. Creio que, com tanta tecnologia e melhorias tanto das rodovias como dos veículos, a falha humana continua sendo a grande vilã de acidentes.
Campanhas a nível municipal, estadual, federal, sociedade organizada, grupos, ONGs, teatros, faixas, placas, TVs, rádios, sites, isso para citar alguns exemplos, parecem não diminuir nem isentar da responsabilidade o cidadão em conduzir veículos com tanto imprudência. Em muitas regiões as multas eletrônicas, em todos os âmbitos do trânsito, têm colaborado com a diminuição dos acidentes. Deve ser pelo fato de não haver o famoso jeitinho, propina, desculpa, desatenção ou tantos adjetivos que cabem nessas ocasiões.
Em outros países tenho visto avisos de: "proibido fumar e deixar fumar neste local". Isso caberia muito bem ao trânsito, porque muitas vezes presenciamos coisas absurdas, tais como: condutores em estado visível de embriaguez, menores ou pessoas não habilitadas conduzindo veículos e não fazemos nada. Pequenas atitudes como essas, de intervir quando vemos algo dessa natureza, não atender celular ao dirigir, sair dez minutos antes para os compromissos, ligar a seta e nos conscientizar de uma direção defensiva, melhorarão e muito o nosso trânsito.
Não poderia deixar de citar um exemplo: para os europeus o ciclista e pedestre tem preferência sempre. Afinal de contas, um pedestre/ciclista a mais na rua, significa um carro a menos no trânsito. Em longo prazo, faz uma diferença enorme para as nossas vidas e também para a natureza, além de melhorar a trafegabilidade, diminuir a liberação de gases e gerar uma maior economia.
E você? O que pensa ou faz em relação a essa verdadeira guerra de máquinas que mata 42 mil pessoas por ano em acidentes de trânsito no Brasil? (www.estradas.com.br). Chegou o momento de darmos mais importância e fazermos a nossa parte em relação a essa batalha. Devemos FAZER algo em relação a esse número alarmante de mais de 100 mortes por dia. Infelizmente, parece que os papéis estão trocados em relação a valores e graus de importância, um número assustador de acidentes e mortes diários no trânsito, parece ter bem menos importância do que um acidente de avião que acontece de vez em quando.
Jeferson Odair Diel
Especialista em direito empresarial e relações do trabalho
Técnico Administrativo da Unemat