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Esquerda e eleição

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Entre os assuntos que pautam uma eleição, dois merecem destaque e podem, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, determinar os resultados de um pleito eleitoral: economia e corrupção.

Pois bem, em alguns países da América Latina na atualidade essas duas verdades eleitorais não têm funcionado.

A esquerda encontrou uma maneira de ganhar eleição mesmo enfrentando aqueles atrapalhos. É um fato que mereceria estudos mais apropriados.

Na Venezuela, como primeiro exemplo, a economia está ruim faz um bocado de tempo. A inflação, flagelo para os mais pobres, este ano ultrapassa os 60%. O país não produz nada, importa quase tudo, até mesmo papel higiênico.

A corrupção, divulga sempre a imprensa, é alta. Não se fala que Nicolás Maduro, ou antes, Hugo Chaves, sejam corruptos, mas os tantos ratos incrustados no governo.

Na Argentina o problema econômico virou assunto do cotidiano mundial. A Inflação passa dos 35% ao ano. Há desabastecimento também. Corrupção atinge a toda hora algum graduado do governo argentino. E lá, como na Venezuela, a esquerda no poder continua a ganhar eleições.

No Brasil, a economia no governo Dilma vem andando de lado. O PIB nos quatro anos do governo Dilma só é maior que o de Color de Mello e de Floriano Peixoto (1891-1894).

Na mesma semana que o governo disse que o PIB este ano deve crescer somente 0,8%, a Dilma subiu nas pesquisas. A inflação, longe daquela da Venezuela e Argentina, assim mesmo bate no teto da meta.

Não se conhece no Brasil e até mesmo na história da América Latina um caso como aquele que atingiu dirigentes do PT com o mensalão. Mesmo com ele, o Lula ganhou fácil sua reeleição. Graças talvez ao bom momento econômico, não é o caso atual.

Durante o governo Dilma, o julgamento do mensalão foi mostrado para o país inteiro por televisão.

Dirigentes da sigla estão presos. O PT, mesmo assim, é o partido mais bem avaliado pela população no país.

No momento, quanto mais se descobre coisas do escândalo da compra da refinaria de Pasadena, a candidatura Dilma cresce.

mesma semana que o delator Paulo Roberto contou tudo, inclusive as quantias que repassou a políticos e partidos, a candidatura Dilma cresceu vários pontos percentuais junto à opinião pública.

Em junho passado nas passeatas o povo pedia mais educação, saúde, segurança e transporte coletivo de qualidade. Em um ano, mesmo que o governo quisesse, não dava para ter sanado aquelas reclamações.

se explica então que a candidatura Dilma esteja no patamar que está? Como explicar que na Argentina e na Venezuela os governos dali dão carta e jogam de mão em tantas eleições com economias estagnadas e corrupção em alta?

Tenta-se no próximo artigo inventar alguns supostos motivos.

Alfredo da Mota Menezes é historiador e articulista político em Cuiabá.

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