O mundo moderno competitivo oferece aos “competidores” dois tipos de possibilidades: a de parar, perder e ficar estagnado, ou seja, focar o seu desejo em ser o melhor na sua área de atuação, desenvolvendo uma habilidade técnica específica e verticalizando a sua forma de pensamento. Ou ainda, a possibilidade de mudar para vencer, o que envolve uma série de outras habilidades, entre elas a de enfrentar o medo e os riscos que ele oferece de aderir a uma forma de pensamento lateral de comportamento humano diferenciado, independente da área, do cargo ou da complexidade de sua formação.
Mas, para mudar, é preciso, no entanto, estar disposto a ousar e sair da zona de conforto. É conseguir o melhor equilíbrio entre a mente (inteligência), o coração (sensibilidade) e as mãos (execução). Embora o falecido professor Peter Drucker fosse visionário desde os tempos remotos com relação a esta questão, houve uma série de teóricos da administração moderna que contestaram os pensamentos dele sobre “seres generalistas, sobre o conceito ‘Drucker’ de ser o primeiro”, dizendo, por exemplo, “faça uma única coisa e faça bem feito. Seja especialista” (Al Ries foi um deles, na época). Ao contrário daqueles que se abrem para o mundo e para novas descobertas, os generalistas se permitem novas experiências, novas vivências e descobertas até de vocações multifuncionais, que possibilitam, dentro de um mundo moderno, a flexibilização para mudar de área de atuação sem perder os seus valores, ou os seus objetivos de vida tanto pessoais quanto profissionais. E de uma forma muito simples: apenas entendendo o mundo, seus movimentos no cosmo e os movimentos de seus átomos dentro dos seres humanos. É o descobrir o da fonte da segredo da vida sem precisar ser um especialista em genoma, por exemplo.
Mas qual a importância da execução deste objetivo para o processo de desenvolvimento da habilidade de motivar uma equipe para a solução de problemas em grupo e para a tomada de decisões em conjunto? De uma forma simplificada, podemos dizer que este cruzamento entre a habilidade técnica e comportamental, que teoricamente define a competência gerencial do indivíduo e ela estará diretamente proporcional à capacidade de desenvolvimento comportamental daquele que se propõem um plano de carreira crescente. Daquele que acredita que a solução esta na soma dos sentidos e das percepções de um grupo, da divisão das responsabilidades e do compartilhamento dos resultados através do envolvimento de pessoas.
O mundo é feito de pessoas, embora em muitos momentos, estas tenham a sensação de serem peças, números ou ainda um tabuleiro de xadrez. Sobe mais aquele que souber o nome de cada peça e estiver disposto a ler o manual de instruções do jogo, e ensinar a equipe como se joga de um jeito divertido e assertivo. Sobe mais aquele que é polivalente. Sabe mais aquele que entende a hora de trocar o ritmo ou aprender um novo passo para dançar uma nova música, e não aquele que a dança a música conforme o ritmo ou nunca mudo o ritmo porque só dança aquela música. Talvez o grande segredo para tudo o que estamos falando esteja na magia do equilíbrio entre a continuidade e a mudança.
Ismael Lemes Vieira Júnior é consultor empresarial e professor universitário.