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Em defesa da advocacia

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Hoje é um dia especial na minha vida. Depois de quase 20 anos de ingresso na OAB, de vida profissional e de militância na política classista dos advogados, chego a esta nova eleição da Ordem como candidato a presidente, em reeleição. Sinto-me tranqüilo. Confesso que sem nenhum tipo de tensão ou apreensão com o resultado das urnas. Não que tenha excesso de confiança na vitória. Mas sim porque chego a este dia com a sensação do dever cumprido, de ter conseguido demonstrar durante a campanha tudo aquilo que nossa gestão tem feito em defesa dos advogados e da advocacia.

Aliás, nesta campanha tive a oportunidade de mostrar tudo que tenho feito em prol da minha categoria profissional ao longo dos últimos 20 anos, praticamente metade da minha vida.

Para mim, atuar na OAB é uma obrigação da minha consciência, um princípio corporativo, uma missão de cidadania. Faria tudo novamente, porque não consigo me enxergar divorciado das causas dos advogados, apartado das causas da sociedade democrática.

Dirigir a OAB foi uma missão que me trouxe muitos dissabores e sacrifícios pessoais de toda natureza. Significou a renúncia a momentos mágicos da vida de minha família, de minha esposa e de meus filhos. Significou sofrer sozinho em alguns momentos, titubear na solidão, para não demonstrar aos meus companheiros e aos advogados de uma maneira geral que seu líder também fraqueja e sente medo.

Mas, dirigir a OAB também significou compartilhar de muitas alegrias, ao ver nossa categoria dando passos largos na direção de conquistas importantes. Significou encontrar coragem e entusiasmo na vibração dos jovens advogados para enfrentar toda sorte de dificuldade. Significou comemorar junto com eles muitas vitórias, muitas conquistas, muitas realizações. Significa, sobretudo, me olhar no espelho, como fiz nesta manhã, antes de sair de casa, e poder sentir a satisfação e a paz de consciência de que fiz tudo aquilo que estava ai meu alcance, mesmo que às vezes parecesse impossível, para dar minha colaboração à OAB e aos advogados de Mato Grosso.

Para quem combate o bom combate, como tenho feito junto com inúmeros colegas advogados nos últimos 20 anos, não há causa perdida. Não há derrota, porque sabemos que combatemos com nossa maior arma, que é a verdade e a justiça.

Ganhar a eleição é apenas parte da caminhada. Nosso maior objetivo não é e nem nunca foi dirigir a OAB, apenas para ganhar o status de presidente da Ordem, mas sim construir uma categoria forte e respeitada, capaz de empunhar e manter flamejante a bandeira do estado democrático de direito, da democracia, da justiça social. E isso sabemos que temos feito, por isso a segurança e tranqüilidade do dever cumprido que sinto no dia desta nova eleição.

Nesta caminhada tive vários e bravos companheiros. Preciso destacar o entusiasmo da juventude, que sempre me estimulou a seguir em frente, a manter a esperança no futuro, por isso homenageio os advogados novels.

Não posso deixar de cumprimentar também aqueles que em algum momento me fizeram oposição e apontaram nossos erros. Como democrata, sei da importância da oposição, que é tanto importante quanto for crítica, independente, atuante. É a oposição que nos mantêm leais aos nossos compromissos, cobrando respostas àquilo que nos propusemos a fazer. A OAB é de todos os advogados, por isso respeito e acolho a oposição com a mesma fraternidade que acolho meus companheiros. E rendo aqui minhas homenagens a esses advogados, que mesmo estando com posições divergentes das minhas, têm o mesmo compromisso nosso com as causas da advocacia.

A OAB será sempre vitoriosa enquanto estiver irmanada pelos princípios do estado democrático de direito, da democracia e da justiça social, independente de quem a dirigir. Damos, com mais esse pleito interno, um exemplo de amadurecimento democrático para a sociedade mato-grossense. Reafirmo aqui todos os meus compromissos pessoais e também os de nossa chapa, de continuar priorizando a defesa da advocacia, sem abrir mão da defesa da sociedade civil organizada. Confio na vitória hoje porque sei que os advogados de Mato Grosso são testemunhas do nosso trabalho em prol da classe. Muito obrigado pela oportunidade de poder representá-los nestes últimos três anos. Não me faltarão coragem e independência política para continuar bem representando a categoria no próximo triênio, se for essa a vontade dos advogados de Mato Grosso – e espero que seja.

Francisco Faiad é presidente da OAB/MT e candidato à reeleição pela Chapa 01 – “Em Defesa da Advocacia”. E-mail: [email protected]

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