segunda-feira, 17/junho/2024
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E agora presidente ? “O arroz subiu de preço”

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É sábia a afirmação de que: “O tempo é o Senhor da Verdade”, e de que existem duas maneiras de se aprender algo, a primeira e mais racional é, estudando, prestando atenção, escutando as outras pessoas, e a segunda, muito utilizada pelas pessoas sem cultura, sem conhecimento, às quais poderíamos rotular de ignorantes, é apanhando, sofrendo, ou seja, através do uso da violência.

Vamos aos fatos:

Quando a dois anos atrás, organizou-se um movimento pacifico denominado “Grito do Ipiranga”, cujo objetivo era chamar a atenção da nação e do governo, para a situação que estava sendo criada, com a conseqüente desestruturação do setor produtivo agropecuário nacional. Lembra senhor presidente, que naquela ocasião, foi formada uma comissão representativa do movimento, que naquele momento já mobilizava o país inteiro, e tinha como função entregar-lhe subsídios para que fossem tomadas ações com a finalidade de evitar o pior. Lembra senhor presidente, o que ocorreu no dia da audiência agendada convosco. V.Exa. convocou a mãe do pac, a ministra Dilma Roussef e o então ministro da agricultura Roberto Rodrigues, para comparecerem à audiência com o objetivo de se livrarem daqueles incômodos. No mesmo momento V.Exa. embarcou no novo avião presidencial rumo a mais uma de suas viagens pelo mundo, porém antes deixando claro que para V.Exa. “a agricultura tinha prioridade zero”.

Todos que acompanharam o desenrolar da campanha eleitoral, que culminou com a sua reeleição, devem lembrar que em um dos debates realizados no decorrer do segundo turno, o então candidato Geraldo Alckmim, se dirigiu à V.Exa, com a seguinte colocação: “ O preço dos alimentos vai subir, não é que eu queira, mas não estamos produzindo a quantidade que temos potencial”. E lembra senhor presidente, da sua resposta? Após um sorrisinho cínico, V.Exa. respondeu simplesmente: “Há, Alckmim, nós importamos.” Deixando a nítida impressão de que em sua opinião, rico não precisa produzir, compra pronto.

Lembra-se, senhor presidente, quando no inicio do ano passado, V.Exa. veio ao Mato Grosso, para a inauguração de uma usina de biocombustível em Barra do Bugres, e que em seu discurso proferido na solenidade V.Exa. dissera: “agora já estou começando à entender, como funciona a agricultura”. E lembra-se que tal se deu pelo fato de V.Exa. ter pernoitado na véspera em uma das fazendas do governador Blairo Maggi?

E agora presidente o preço do arroz subiu, após já ter subido o preço do feijão, da carne, do óleo de soja, do leite, do trigo e vários outros aumentos, que estão ocorrendo em pleno período de safra, o que nos leva a raciocinar que na entressafra os preços deverão subir ainda mais. E onde estão as providenciais importações?

Para não nos alongarmos demais, vamos analisar somente o seguinte: O Brasil é o maior exportador de carne do mundo; como soaria a idéia de ter que importar carne para reduzir o preço interno? Onde estão os exportadores de arroz, se até os companheiros do Mercosul estão preferindo vender para outros mercados onde estão conseguindo melhores preços, indicando que o preço do arroz no mercado nacional deva subir ainda mais.

Não teria sido muito mais prudente, termos produzido mais, ao invés de nosso governo estar constantemente tomando medidas sensacionalistas, tais como a insistência em devastar uma área produtiva de arroz no estado de Roraima, com a intenção de transforma-la em latifúndio indígena improdutivo; medidas como as operações cinematográficas efetuadas pelo IBAMA e Policia Federal, apoiadas em contestáveis dados de desmatamento da Amazônia, que pasmem, em outros paises ou mesmos regiões mais desenvolvidas do Brasil, foram executadas sob o nome de “abertura de área” ou “limpeza de área para produção de alimentos”.

Senhor presidente, me lembro de ter lido em um periódico da Famato, um artigo publicado na época do movimento Grito do Ipiranga, sob o titulo “Um tsunami que vem do interior para o litoral”, no qual era colocado com muita clareza o problema do abastecimento de alimentos no Brasil, e sugeria a forma para evitar o desestimulo à produção. Veja senhor presidente, em artigo recente publicado pela FAO, o mesmo termo tsunami, é utilizado, inclusive alertando para a sua capacidade de derrubar governos.

Portanto senhor presidente, fica aqui o meu apelo, para que antes tarde do que nunca, o governo inicie a ouvir as colocações das pessoas e dos setores que produzem, pois somente estes pelo seu trabalho e pelo aprendizado duramente obtido, através de seus erros cometidos nas tentativas de acertar, tem o conhecimento para evitar erros futuros.

Senhor presidente, ninguém tem o direito de conduzir outras pessoas a aprender pelo método mais violento, muito menos quando esta pessoa é o mandatário maior de uma nação. Tenho certeza senhor presidente, que V.Exa. tem a noção clara de vossa responsabilidade.

Luiz Alberto K. Adames é engenheiro civil em Sinop

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