Para o total desenvolvimento do trabalho, é necessário o estudo de alternativas para resolver os problemas da produção, ouvindo o grupo de trabalhadores que lida diretamente com as dificuldades encontradas durante o processo de realização das tarefas rotineiras.
A discussão de problemas de trabalho, em equipe, contribui significativamente para o aumento do interesse de participação, seja individual ou em grupo, de todos os trabalhadores. Já ultrapassamos a fase de estudar o problema separadamente, de simplesmente mudar alguma coisa, sem que as pessoas que sofreram as mudanças conheçam o motivo que as provocou. De acordo com a atual filosofia das empresas, quando um problema é conduzido à direção, deve estar acompanhado de, no mínimo, três opções de solução oriundas do grupo de trabalhadores, aqueles que estão ligados à operacionalização direta das tarefas do setor que apresenta dificuldades. Mesmo que as sugestões não sejam condizentes com as diretrizes gerais da organização, merecem respeito e consideração.
Essa atitude, por parte da empresa, incentiva a reflexão dos operários, levando-os a encontrar maior facilidade em corrigir falhas e em se aprimorar profissionalmente. É uma tomada de posição pelos próprios trabalhadores, com o necessário auxílio de coordenação do supervisor, responsável direto pela produção. É também uma forma de melhorar a aprendizagem.
Um trabalhador que se convenceu de haver aprendido determinada tarefa, ao tentar fazer uma demonstração para os seus companheiros, poderá notar certas falhas em seu conhecimento ou na lógica de seus argumentos, ou ainda alguma falta de ordenação na sequência expositiva. Procurando corrigir esses defeitos, consolida sua aprendizagem, e passa a ser o maior beneficiário do estudo em grupo. O supervisor, naquele momento, atua como mediador e como instrutor. Nessas ocasiões, o trabalho do instrutor de treinamento da organização é apenas observar e acrescentar informações ligadas à sua área, nunca intervindo objetivamente na mediação do supervisor.
O que deve ficar bem claro, no entanto, é que o trabalho deve ser integrado, planejado, bem distribuído e coordenado entre o responsável pelo treinamento e o supervisor.
É preciso tempo para realizar um trabalho produtivo. O ideal seria argumentar com a diretoria sobre a necessidade de uma hora ou duas, durante o mês, para reflexão e estudo em grupo, o que beneficiará, e muito, o andamento dos trabalhos.
Os momentos difíceis pelos quais passamos parecerão insignificantes quando os compararmos com os desafios que as pessoas célebres e corajosas tiveram que superar e, então, sentiremos a sensação de que, sem dúvida, também podemos e seremos bem sucedidos.
Reinaldo do Carmo de Souza é professor da Universidade de Cuiabá – UNIC,