Agora há pouco fiquei sabendo que o governador terá como candidato a senador com total apoio do PPS, o deputado WELINGTON FAGUNDES. Fiquei perplexo, pois creio que não teve pessoa mais achincalhada pelo PPS do que o deputado, foi acusado de tudo que se possa imaginar, foi chamado de mentiroso e ultimamente o Pagot só faltou enfartar em frente as câmeras de TV falando cobras e lagartos dele.
Creio que há se confirmar tal aliança o eleitor vai começar a duvidar do discurso do PPS.
Sempre pregamos a moralidade, a legalidade a impessoalidade, a não política do compadresco, enfim a espada da justiça sempre esteve na mão do PPS, somos os paladinos da moralidade, “os caras bons combatendo o mal”.
Isso é ótimo, vestir a camisa de força da honestidade e da virtude é o caminho a ser seguido por qualquer homem público que se preze.
Com esse discurso o PPS ganhou a confiança do povo mato-grossense e se tornou o maior partido do estado, prometemos uma nova política e o povo gostou.
Entendo que ninguém é obrigado a vestir a camisa de força da coerência, mas se vestir pode ter certeza que vai ter dificuldade ao tentar tirá-la.
Há uns dois anos escrevi sobre esse mesmo assunto aqui nesse espaço, já naquela época o PPS, sinalizava uma aliança com o deputado Welington, onde queriam lançá-lo como candidato a prefeito, fui contra, pois não achava correto ter ganhado a eleição anterior dizendo que o deputado não prestava e depois querê-lo como tabua de salvação.
Novamente o namoro começa, e parece que já evoluiu pra um noivado, começo na verdade a achar que: ou o deputado não devia nada do que lhe foi imputado e o PPS mentia ou então o governador e todo o resto se acostumaram com o cheiro do peixe.
Segundo dizem, quando o sujeito começa a trabalhar em um mercado de peixe, nos primeiros três dias o cheiro é insuportável, depois nem percebe mais.
Só lamento a situação em que ficamos, se essa aliança prosperar, ou somos mentirosos, caluniadores e difamadores da honra alheia, ou então somos no mínimo coniventes por conveniência.
Acredito que há se confirmar a aliança, para que o PPS mantenha a coerência, tera que fazer um manifesto público se vestindo de saco e rolando na cinza pedindo desculpas de joelho ao povo e ao deputado Welington.
Se pelo contrário o que se dizia era verdade a situação do governador fica parecendo com a do pai de família que passa a noite na boemia, mas que quando chega em casa exige o mais alto padrão de ética possível.
A bíblia já descrevia isso há dois mil anos atrás: “ ai de voz escribas e fariseus que atam os lombos dos homens com fardos pesados. Que vós, não se arriscam nem ao menos tocá-los com os dedos”
Pois aqui dentro do PPS o coro come, o tratamento é de um purismo sem precedentes, um cuidado muito grande para demonstrar moralidade.
No entanto começo a desconfiar que o negócio é só por conveniência, pois não verifico todo esse cuidado quando se trata dos “parceiros”.
O que dizer de Riva, de Bosaipo, de Pedro Henry? É bem verdade que estão sendo apenas investigados, ninguém foi ainda condenado.
Mas para o padrão PPS de qualidade pregado e vendido, todos estariam reprovados.
Quanto ao Welington pesa a questão da coerência do discurso feito até agora, se não servia para ser prefeito da 3ª cidade do estado como podemos agora vir falar que servirá para representar todo o estado de mato Grosso no Senado federal?
Não se pode sob pena de cometer injustiça fechar os olhos pra os pecados dos Aliados, simplesmente porque eles são úteis, e acusar os membros do PPS de querer política do compradesco, como foi no caso do congresso regional do PPS aqui em Rondonópolis, quando na verdade ninguém nem tinha falado em cargos.
Independente do que eu pense, fale ou mesmo com quem o Blairo se alie, ele será eleito, mas pra nós que pregamos o discurso de que O POVO QUER O NOVO fica um gosto de caixão velho na boca.
Sem falar naquela ponta de frustração por saber que tudo está voltando ao “normal”, pois se Dante,Antero, Bezerra, Welington, Jonas, Jaime,Pedro Henry, Julio Campos, Riva e Bosaipo, todos servem para serem aliados, então o que temos a apresentar de novo, de diferente?
O projeto político novo que apresentamos a sociedade mato-grossense cai por terra.
A perdurar essas alianças teríamos que sermos processados pelo povo por estelionato eleitoral e ao mesmo tempo indenizar a cada um dos agora possíveis “parceiros” caluniados.
José Antonio dos Santos Medeiros- membro do diretório estadual do PPS em Rondonópolis