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De nulidades

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Se não fosse casada com o músico Duca Leindecker, Manuela d’Avila seria o tipo de garota que toda mãe sonha para o filho. Todas, não; uma parte, porque a outra botaria o pé atrás em razão de sua ideologia, que ainda assusta na terceira idade, por conta daquele mote de que os vermelhos comiam criancinhas e cuspiam na cruz.

Bem definida ideologicamente Manuela bota o dedo em todos os problemas nacionais, claro que saindo de fininho quando alguém tenta estabelecer analogia entre nosso governo e os feudos comunistas que ela valoriza enquanto nações. Essa menina jornalista gaúcha – creio – deverá abocanhar considerável votos para a Presidência, tanto pelo que representa quanto pelo desencanto com a classe política.

Essa gauchinha bonita que só ela reúne predicados do saber, do livre pensar e, claro, da beleza física reforçada por seu sorriso de angelical malícia, mas politicamente não tem nada de renovação. Avalio que Manuela depois de passar pela Câmara de Porto Alegre, de duas vezes disputar a prefeitura daquela capital, de cumprir dois mandatos de deputada federal e de ser deputada estadual gaúcha seja uma velha política rotulada pela jovial imagem da norinha que a mamãe conheceu tardiamente e não pode subir ao altar com seu filhão.

Se a eleição presidencial fosse decidida numa passarela o cetro seria de Emanuela. Se fosse pela competência e habilidade do pretendente ela também seria presidente. Porém, nessa seara de leões vorazes acredito que enfrentará barreiras. A quase norinha será torpedeada por velhas raposas, pelo ranço de direita de grandes grupos de comunicação e até mesmo – não duvidem – por tramas ao estilo dos comitês da maldade Brasil afora.
Fico feliz ao vê-la tão ativa se apresentando ao Brasil. Acho que precisamos fugir do feijão-com-arroz do PT contra o PSDB. Está na hora de se buscar alternativa para a Presidência, não necessariamente com Manuela, mas com políticos que apresentem novos modelos de governo.

Estamos livres de Joaquim Barbosa e Lula. Alckmin capenga moralmente mergulhado em denúncias. Ciro é o que existe de mais retrógrado, com um pé no capitalismo e outro no comunismo, mas com fôlego para continuar malhando adversários. Marina com seu ar de senhora sofrida é uma árvore frondosa para abrigo de ONGs que solapam o Brasil. Aldo perdeu o discurso.

Por exemplo, seria bom um confronto entre a bela Manuela e o atrevido Ronaldo Caiado, para que o Brasil decidisse de qual lado ficar. Claro que ela continuaria fazendo vistas grossas ao Paredão e Caiado abrandaria o tom com os sem terra. Precisamos de uma disputa assim, ainda que com outros nomes, antes que passemos a entender que ora vivemos um discurso democrático de superficialidade nessa terra mergulhada na corrupção e capitaneada por nulidades.

Eduardo Gomes de Andrade é jornalista
[email protected]

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