A erupção do submundo da política nacional criou algumas situações que há muito não se via no Brasil. Fez despertar o sentimento de indignação em todos e a crise de identidade em alguns.
A insatisfação com os rumos da política levou muitas pessoas a buscar no comportamento e ações de outros, a saída para seus desencantos. Senão vejamos:
João Pedro Stédile, sabidamente um agitador social sempre agindo às margens da lei, quer que o Brasil passe por uma revolução. Não pensem os senhores que fala de revolução no sentido limitado ou poético da palavra; sua referência é justamente aquela adotada por grupos como as FARC, das quais reza a “lenda”, recebeu treinamento ao lado de outros companheiros. Trará do campo para as cidades aqueles que fizeram caminho inverso buscando uma vida melhor. Manipulados, causarão terror; depredarão instituições financeiras e órgãos do governo; enfrentarão polícia, exército e tudo mais que lhes cruzar o caminho no melhor estilo hooligans, ou mais recentemente, trabalhadores franceses. Na atual conjuntura, será a criatura (movimentos sociais de esquerda) contra seu criador e mestre (Lula).
Por incrível que pareça, o aparente delírio de Stédile encontra eco entre os produtores rurais insatisfeitos com a política agrícola do atual governo. Sem citar o líder bandalheiro, um dirigente sindical dizia na semana passada que o momento é de radicalizar e citou como exemplos de sucesso, a “revolução” dos argentinos contra seu governo e a greve geral e quebra-quebra promovido na França.
Se por um lado o sentimento de indignação abriu nossos olhos, por outro a crise de identidade se encarregou de cegar os de alguns.
Se há insatisfação e desejo de revolução que a façamos, mas nas urnas; afinal por melhor que seja o resultado de uma revolta popular, o primeiro momento será de reconstrução e o tão esperado resultado será novamente postergado, quando não, anulado.
Clayton Cruz é radialista em Sinop e edita o blog www.imprensando.com.br