PUBLICIDADE

Carta resposta

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Prezada Adriana de Lima!

Em resposta à sua opinião emitida e publicada no site sonoticias.com.br, datada do dia 03 de maio de 2008, às 12h:43min, a respeito da última greve dos profissionais da educação do estado de Mato Grosso, gostaríamos de expressar nossa indignação diante do exposto. Frente à sua delicadeza, ao afirmar que não queria ofender ninguém, mostraremos que você “quebrou ovos’ em demasia ao preparar o seu tão “saboroso omelete”.

Primeiramente queremos lembrá-la que, na história da educação brasileira, foi preciso muita luta dos professores para garantir o “pouco” de qualidade que tanto você enfatiza. Não fosse a indignação, o enfrentamento e a coragem dos professores ao reivindicarem, ao longo da história, melhores condições de trabalho, acesso à educação para um número cada vez maior de cidadãos e um salário capaz de satisfazer suas necessidades básicas, o que seria da educação deste país? Poderíamos nós esperar que políticos fizessem tal façanha de livre e espontânea vontade? Estaria garantida a qualidade na educação brasileira se estivéssemos deitados em berço esplêndido?

Estas e muitas outras indagações têm sido respondidas pela história da educação de nosso país. É com muita persistência que a classe dos professores tem tentado dialogar com nossos representantes, que, aliás, também são eleitos com a contribuição do seu voto, e é por conta disso que a convidamos para esta reflexão.
Analise conosco sua afirmação de que nossos alunos são os mais “burros” frente outros estados brasileiros na avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Que critérios você usou para classificar alunos de “burros’ ou “inteligentes”? Se foi somente pelas avaliações do ENEM, ressaltamos que cometera enorme falácia, pois não é uma única avaliação, elaborada por pessoas que sequer conhecem nossa realidade, e imposta a nossos alunos, que poderá conceder tão pesado atributo.

Diante daquele duvidoso resultado, você afirma que a culpa deva recair sobre os professores que não possuem “qualificação e preparo” para ensinar e ainda questiona “Como pode pessoas [nós professores] despreparadas exigirem salários melhores? Prezada Adriana, na condição de acadêmica do curso de Matemática e, portanto, futura professora, você deveria saber dos percalços que enfrentamos ao longo de quatro anos na tentativa de nos tornarmos profissionais de excelência, num país que pouco tem se preocupado com o ensino superior. Apesar das dificuldades que enfrentamos nos bancos escolares, temos sido resilientes e queremos sempre o melhor para os alunos e para nosso país.

Segundo sua afirmativa, os professores que querem ganhar mais se qualificam mais, buscam cursos ao longo de sua carreira profissional a fim de merecer melhores salários. Queremos pensar que você está fazendo por merecer isso também, pois num futuro muito próximo estará ao nosso lado e quiçá convencendo os alunos a fazerem os deveres de casa, compreendendo os reais motivos de nossa eterna luta e, porventura contribuindo para com ela.

Informe-se de que, semanalmente, nas unidades escolares, nós professores, fazemos cursos de formação continuada através de leituras, discussões e debates sobre o ensino, para a melhoria deste. Não estamos parados conforme a sua colocação.
Prezada Adriana! Não sobram bolsas de Mestrado e Doutorado em nosso país como você afirma, sobram pais e mães de famílias que não têm condições de abandonarem tudo rumo a grandes centros em busca de “qualificação” para acrescentar míseros R$ 90,00 (noventa reais) no seu vencimento mensal.
Agora você compreende pelo menos um pouco os motivos da suspensão temporária de nossas atividades?

Esperamos que você reflita, repense e reveja sua posição, pois na qualidade de futura professora, você precisa rever conceitos, avaliá-los, colocá-los à prova. Questionar seus próprios valores, seus paradigmas e posições são atributos de um profissional preocupado com seu profissionalismo e com futuro de seu país.

Alcione B. D. T. Costa
Alexandra Cristina da Rosa
Alice Ap. Iarema
Angela M. D. Barbuio
Bárbara Tavares Silva
Cleusa Mara Ost
Cristiane Vodonós
Cristina Mizole Bortoluzi
Daniela Modesto Vicentim
Deleni Martins Ricardi
Divino Batista Alves Rosa
Edna Ap. Jordão
Eliane C. de Oliveira
Eliazel Vieira Rondon
Elisangela Onório Barbosa da Silva
Elizabet Bessani Hidalgo
Elizabeth Rosato
Elma E. Faria Carandina
Emerson A. Gonsalves
Fabiano Anastácio
Francisco A. Eufrausino
Gerson Luiz de Souza
Giomar D. M. Tonial
Gislaine Alexandra Saconi
Jane Ferreira dos Passos
Jean Lucas da Silva
Jiseli Marciano Gonçalves
Joana D’arc S. dos Reis
João Batista Gonçalves
José Cleimar Alba
José E. de Albuquerque

Laines de Lourdes Pereira Pinto Baratto
Lia Inês Fabiane
Ligia M. P. da Silva
Lílian dos Santos
Lorice Aparecida Boitilanza
Lucia dos S. da Silva
Luciano Aloísio Rempel
Marcelo Caíres
Márcia weber
Marcos Aurélio KrÜguer
Maria A. T. de Andrade
Marilene Wizbiki
Marlene Rodrigues Santana
Marli Cichelero
Martha P. Nunes
Neuzeli F. Possidônio
Nilza Cardoso da Silva
Otilia Mazzon Noro
Patrícia D. C. G. Pereira
Renati Gebauer
Ricardo Cardoso
Roberto da Silva Destefani
Rosangela Aparecida Alves Martinez
Rosangela Rogério Guep
Roseli de Fátima Quintana
Silvia César Valendolf
Terezinha D. Justina
Valdiney V. da Silva
Vlademir A de Andrade
Zilete Luiz dos Santos

Professores da Escola Estadual “Nilza de Oliveira Pipino”

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Saiba usar o poder de recomeçar

Algumas pessoas apesar de ter a consciência do desperdício...

Tecnologia a serviço da sustentabilidade

A evolução tecnológica desempenha um papel fundamental no fortalecimento...

Tive um Infarto, posso fazer exercícios?

A prática de exercícios físicos após um infarto do...