PUBLICIDADE

Candidatos e seus planos

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

As eleições deste anos trazem uma novidade ao obrigarem os candidatos a prefeito a regisrarem na Justiça Eleitoral um plano de governo. Até então poucos eram os candidatos que ousavam até a registrarem em cartório suas propostas que, geralmente são esquecidas após as eleições Todavia, na verdade, o que cada candidato a prefeito têm apresentado não é de fato um plano de governo, em todo o seu detalhamento, mas sim um conjunto de diretrizes sobre o que, se eleitos, se comprometem a realizar durante seus mandatos.

Se atentarmos para ofato de que os candidatos são escolhidos pelos partidos ou coligações imagina-se que os referidos planos de governo não sejam apenas propostaspessoais mas sim propostas que devam estar amparadas nas ideologias,doutrinas e programas partidários. Somente assim poderiamos esperar coerência entre voluntarismo ou até mesmo improvisação por parte de alguns indivíduos que se propõem a representar os interesses coletivos.
O mínimo que o eleitor pode esperar é que as propostas ou idéias dos candidatos além de estarem coerentes com o que os partidos apregoam aos quatro ventos tenham sido discutidas internamente não apenas com as cúpulas partidárias mas também com a chamada militância.

Aí surgem algums dificuldades para entender como tais planos de governos foram concebidos. Se os mesmos não passaram pelo crivo nem da cúpula partidária e muito menos da militância, tais planos pecam pela falta de democracia interna e participação popular. Outra dificuldade é decorente da pulverização partidária. Quando em um país existe o bi-paridarismo ou um número não tão grande de partidos os mesmos tendem a se alinhar segundo um espectro ideológico que vai do que se convencinou hamar de extrema direita (muito semelhante ao nazi-facismo) `a extrema esquerda (marxismo/leninismo/trotiskismo) ou coisa semelhante.

Fica difícil encontrar tantos matizes ideológicos neste espectro que possam delinear de forma clara o que distingue um partido de outro e isto acaba confundindo a cabeça do eleitor quando da escolha do candidato em funcção do que deveria ser o "pensaento" de cada agrupamento politico e partidário.

Nos países que adotam o bi-partiarismo ou têm no máximo cinco partidos seus filiados ou militantes não costumam abandonar ou trcar de grupo político como acontece aqui no Brasil. O chamado instituto da fidelidade partidária é algo fundamental para a carreira e sobrevivência dos candidatos.

Este fato acaba criando contradições profundas como o fato de haver empresários capitalistas que aderem a partidos que professam a ideologia socialista ou até marxista. De duas uma ou tais candidatos e militantes não sabem qual é de fato a ideologia do partido ao qual aderiram ou então existe um fosso entre esta ideologia e a prática do cotidiano ou suas propostas de ação política.

Não bastassem essas dificuldades já apontadas, convivemos com uma verdadeira salada quando se trata de coligações, as quais ajuntam pessoas e candidatos com diferentes ou até mesmo visões antagônias do mundo. Como o eleitor consegue entender aliança, por exemplo, entre o PP de Maluf e o PT de Lula como ocorrida em São Paulo? Ou do PSDB e do PT em Alta Floresta ou do PSB e PSDB em Belo Horizonte que terão como adversários o candiato do PT e de outros partidos?

Para complicar mais ainda este quadro surgem as coligações e acertos que ocorrem nos municípios onde as eleições só são decididas em segundo turno. Para tanto novas alianças, não em função de planos de governo são estabelecidas, mas sim em função do loteamento de cargos da futura administração ou apoio nos pleitos seguintes ou no aporte de recursos financeiros (incluindo o famoso caixa dois) para o custeio dos gastos que também são elevados.
Resumindo, por melhor que tenham sido as razões que levaram a Justiça Eleitoral a exigir que os candidatos registrem seus planos de governo, com todo o respeito ao que tais planos possam representar para a transparência e democratização do processo eleitoral, os mesmos pouco irão influenciar na decisão dos eleitores, pela forma como são elaborados ou pelas contradições que trazem ems seu bojo.

Nosso processo politico ainda é muito indivudualista, voluntarista e personaista e pouco tem a contribuir para o aprimoramento da democracia que deveria ter no povo sua base verdadeira.

Juacy da Silva, professor universitário, titular UFMT, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias
Twitter@profjuacy Email [email protected]

 

COMPARTILHAR

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias

Saiba usar o poder de recomeçar

Algumas pessoas apesar de ter a consciência do desperdício...

Tecnologia a serviço da sustentabilidade

A evolução tecnológica desempenha um papel fundamental no fortalecimento...

Tive um Infarto, posso fazer exercícios?

A prática de exercícios físicos após um infarto do...