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As pessoas precisam saber: madeireiro não é bandido!

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Por mais de vinte anos tenho acompanhado de perto a vida e o trabalho árduo de vários madeireiros do nosso país, trabalhando com eles no dia-a-dia.

Empresários que se deparam no decorrer do seu dia com inúmeras dificuldades, sejam elas de cunho econômico com a baixa desenfreada do dólar, de dificuldades de obtenção de matéria prima, problemas de produção, entraves burocráticos nos órgãos ambientais, etc. Famílias, cujas empresas tem sido tradicionais no ramo madeireiro por gerações a fio, sentem que talvez seja esta a última geração que conseguirá sobreviver ao crivo vindo das instituições ambientais…. Entretanto, nada tem me comovido mais do que a falta de perspectiva positiva em seu ambiente de trabalho.

Percebe-se que todos os envolvidos neste importante setor, trabalham hoje sem perspectiva de crescimento pessoal e profissional, trabalham na incerteza de um amanhã, composto até mesmo de insegurança física, receando serem pré julgados como criminosos sem provas pelas autoridades competentes…

Sem dúvida existe a necessidade de regulamentação das atividades madeireiras, do combate a corrupção, da legalização das atividades de extração com a regulamentação dos planos de manejo para melhor organização de nosso potencial amazônico e menor impacto na natureza. Não se discute esta necessidade. Os madeireiros querem isto e precisam disto para manter sua atividade econômica atuante. Entende-se que a economia da região precisa de fundamentos claros e íntegros para que seja sustentável.

Contudo, o que se dispensa é a morosidade presente nos órgãos governamentais que impede a atividade econômica fluida, atividade esta que um país como o nosso necessita. Aliás, não apenas o país, mas o povo como um todo, a começar por aqueles que trabalham nas indústrias madeireiras, que tem filhos e uma família a sustentar. Diga-se de passagem, são estas as pessoas que mais sofrem com a extrema dependência da economia madeireira da região.

Dispensa-se igualmente o desrespeito para com esta classe que, diante de tantas dificuldades, luta para manter suas empresas em pé, gerando empregos, pagando seus impostos e contribuindo para o bem estar social.

À nível macro, com as dificuldades do processo de obtenção de madeira e conseqüente falta de produção, incorremos na deselengante imagem de sermos pouco confiáveis no mercado internacional. Com isto, perdemos competitividade, uma vez que muitas das produções afetadas são destinadas a exportação.

Nós podemos mudar isto! Podemos criar mecanismos que auxiliem produtivamente o controle ambiental mas que ao mesmo tempo não impeçam o desenvolvimento econômico da região e mais do que provável desemprego em massa. E podemos começar unindo esforços e discussões saudáveis em torno dos temas que dizem respeito aos madeireiros e ambientalistas. Sobre a minoria irresponsável, que infelizmente também existe como em qualquer outro setor, que lhes sejam aplicadas as sanções previstas em lei, de acordo com a lei!

No entanto, nem todo o madeireiro é inconsequente e é isto que precisa ser salientado. Existem também industriais madeireiros competentes e conscientes, que desenvolvem um importante trabalho regional, maximizando o potencial da natureza que aliado a tecnologias inovadoras e trabalho árduo carrega consigo a otimização do desenvolvimento econômico e social de toda uma região.

Afinal, madeireiro não é bandido!

Que nossas autoridades consigam a curto prazo valorizar o empenho destes trabalhadores e consigam distinguir o joio do trigo utilizando-se da experiência e da responsabilidade dos madeireiros em prol de um presente melhor e de um futuro promissor!

Marilena Krajden é professora de cursos de Pós-Graduação da FGV, MBA em Negóciação Internacional, sócia gestora da D’Felber Agencies – Comércio Internacional.

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