A diferença na maneira de fazer política no Mato Grosso, para o restante do país não é grande, mas existe. Quando vivia em um dos Estados mais politizados do Brasil, tinha orgulho. Lá havia um grau maior de respeito institucional e a defesa do interesse público era priorizada.
Aqui, quando cheguei, percebia situações que me deixavam inquieto. Meus amigos comentavam: “Calma, aqui no Mato Grosso é diferente”. Fui me acostumando com as aberrações. Não a ponto de me tornar chué e pactuar com a iniqüidade.
Mas em terra na qual chegava pensando ser “cada um por si e o diabo por todos”, ficava difícil imaginar uma participação viva e crítica da cidadania. Éramos pólo madeireiro. Deveria ser motivo de orgulho. Não foi, não é, não será. Não por culpa de alguns poucos empresários que hoje já tem outra visão de como deve funcionar o setor e que mesmo assim não conseguem manter suas atividades. Mas daqueles que vinham e tinham em mente um modelo injusto que concentra riqueza e espalha a miséria.
Em Sinop ainda estamos longe de ser, mas já estamos caminhando para nos transformarmos em pólo educacional.
Talvez seja esta a possibilidade de termos políticos interessados em tornar o poder público mais transparente, eficiente e justo. Deixando de aprovar projetos como o que estampa em prédios públicos do Estado a propaganda dos 24 deputados estaduais e divulgação de banners com foto, nome e endereço eletrônico de cada deputado nas secretarias e órgãos do Estado.
Em um momento que é cada vez mais raro encontrar político com linhas ideológicas definidas; precisamos cobrar dos nossos futuros representantes que tenham a capacidade de elucidar o que está acontecendo na sociedade matogrossense, para não nos fazer passar ainda mais vergonha.
Magnos Lanes Bauken de Oliveira é contabilista em Sinop.