domingo, 15/dezembro/2024
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Ainda a questão do gás natural

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Em março de 2002, o então governador Dante de Oliveira inaugurou duas importantes obras para o nosso Estado: a Usina Mário Covas e o gasoduto, com 600 km de extensão, que seria o canal de abastecimento da Termelétrica. Na oportunidade, Dante afirmou que, embora sempre fosse apontado pelos adversários políticos como um homem sonhador, nunca deixou de acreditar na possibilidade de trazer gás da Bolívia para resolver a questão energética do Estado. Inicialmente, no projeto do gasoduto Bolívia – Brasil não havia nenhuma previsão de estender um ramal para Mato Grosso, que estava fora do projeto. A partir de então, a Usina passou a operar com a capacidade máxima de 480 MW, transformando Mato Grosso em exportador de energia.

Menos de seis anos depois, assistimos atônitos a um retrocesso na auto-suficiência energética do nosso Estado, com a paralisação do fornecimento de gás natural pela Bolívia, ferindo um contrato de mais de 10 anos. Assistimos, ainda, a um completo descaso do governo federal em relação às negociações com o nosso país vizinho, priorizando a Petrobrás em detrimento de Mato Grosso, como se nós não fizéssemos parte do Brasil.

Tivemos várias oportunidades de nos posicionarmos e, estrategicamente, negociarmos com a Bolívia o reabastecimento do gás. A última, foi no encontro realizado no final de semana retrasado, onde o presidente Lula anunciou os investimentos que serão realizados naquele país. No entanto, o governo federal não foi sensível ao nosso pleito e não exigiu, como contrapartida da Bolívia, o reabastecimento do gás natural para Mato Grosso.

Agora, estamos aguardando uma nova reunião, que provavelmente não irá acontecer e, caso seja realizada, não terá poder de barganha. Isso, porque teremos que “convencer” a Argentina a reduzir o seu recebimento do produto, para ser direcionado ao nosso Estado, sem termos qualquer argumento para tal. Fico imaginando nossa difícil situação: se não conseguimos o apoio do próprio governo brasileiro, qual será a resposta do nosso colega sul-americano?

A Bolívia sabia que não tinha condições de atender a demanda dos seus “clientes” e, no entanto, fechou contrato com a Argentina. Mato Grosso, por sua vez, iniciou sua articulação tarde demais, perdendo uma conquista importante do Estado, que é o oferecimento de energia elétrica, condição indispensável para o desenvolvimento de qualquer região.

Fico preocupado com a falta de visão a longo prazo do nosso Estado. As questões do agora precisam ser resolvidas sim, porém o gestor não pode perder de vista o futuro. E esse futuro se concretiza com ações estratégicas. E a energia elétrica, é sem dúvida, uma das principais.

Carlos Avalone – deputado estadual – Líder da Bancada do PSDB na Assembléia Legislativa de Mato Grosso e vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt)

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