domingo, 28/abril/2024
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A polícia prende, a justiça solta

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O título deste artigo não nasceu em função da decisão do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, em derrubar, por duas vezes a liminar do Juiz Fausto Fanctis, que pedia a prisão do lobista e maior acionista do banco Oportunit. O jargão já existe há muito tempo. A justiça mais uma vez se colocando nas primeiras páginas dos principais jornais do país. O que eu gostaria de questionar à sua excelência do STF, é se os diversos trabalhos da Polícia Federal não tem validade, se as investigações foram feitas por homens levianos, irresponsáveis? Se as provas encontradas, por meio de documentos e escuta telefônica seriam provas fabricadas?

A sociedade brasileira não admite mais abuso de autoridade, muito menos ditatorial, como é essa arbitrada pelo Presidente do STF. Tanto é que é verdade que mais de 100 Juizes de todo o Brasil estão se unindo para pedir a sua cassação. Ainda acho pouco e vou mais longe: além dos Juízes, a OAB, ONG’s, Entidades Eclesiásticas, Academia Brasileira de Letras, CBF, e outras autoridades, deveriam aderir à iniciativa dos Juízes que ignoram e por conseguinte protestam sobre a decisão do Supremo. Tal atitude é oportuna para dar um basta às práticas de corrupção nesse país. Assim como a lei seca que proíbe o condutor automotivo de beber bebida alcoólica quando for dirigir, o povo brasileiro não pode deixar escapar uma oportunidade como essa, que é a de exigir dos poderes, principalmente o legislativo, a criar leis mais enérgicas contra aqueles políticos que, sistematicamente, insistem em praticar corrupção nas instituições públicas ou que possuem o hábito de tráfico de influência administrativa nos demais poderes.
A hora é agora. O momento não é de reflexão, mas sim, de reação. Essa intolerante realidade já vem sendo cobrada desde o impeachement do ex-Presidente Fernando Collor. “Vem vamos embora que esperar não é saber”, já dizia o cantor e poeta Geraldo Vandré. Os “caras-pintadas hão de voltar e vão quer justiça. Leis que sejam cumpridas por todos, independentemente de cor, raça, etnia, posição social, religião.

Quando a cabeça não pensa,o corpo padece. Este pensamento bem que poderia ser comparada às leis em função de que elas mais protegem o bandido. O resultado é desastroso: o pais é visto com descrença pelos brasileiros e a credibilidade das autoridades são tão ínfimas que a desonra torna-se natural. A polícia se vê impotente diante de uma postura indelinquente e inconseqüente do STF. Prova disso são os acontecimentos que vivenciamos dia após dia e ela, a polícia, pouco pode fazer: podres tragédias envolvendo milícias nas principais favelas do Brasil e que acabam atingindo inocentes, crimes esses considerados mais que bárbaros. Tais atitudes permitem que o crime seja cada vez mais organizado. A vergonha se envergonhando de si própria, a falta de princípios dos homens se tornando cultura popular, como se fosse uma pseuda-educação de uma nação, de um povo.
Um país que não se compromete ou não se preocupa em preparar seus filhos para um amanhã de justiça e integridade, jamais poderá cobrar heroísmo ou patriotismo de quem quer que seja, menos ainda cidadania. Não existirá futuro, se o hoje está sendo construído em torno de uma máscara que procura ser aquilo que não é. Os dias Passam em branco e os momentos inexeqüíveis estão fadados a ilusões que elas próprias desconhecem. Numa outra música, do cantor e compositor Milton Nascimento, em parceira com Chico Buarque de Holanda, diz que “o Brasil nunca será o Brasil, que aqui não tem Governo e nunca terá.” Talvez essa canção seja a bandeira da desconfiança de um Brasil que, não fosse a impunidade e a falta de visão ideológica das autoridades, talvez estaria transitando noutra dimensão perante o mundo.

A sociedade é obrigada a pagar impostos inimagináveis para não ter direito a nada. Fatos constantemente flagrados pela mídia e principais jornais do país, revelam à sociedade hospitais públicos de portas fechadas para esconder pacientes aos corredores e sem qualquer atendimento, policiais que matam, desumanamente, crianças e pessoas de bem. Somos obrigados a assistir, ainda pela mídia, trabalhadores cumpridores de suas obrigações, e que não são sonegadores, a terem que fazer greve na tentativa de garantir seus direitos anos a fio conquistados.
Para finalizar, eu apenas gostaria de lembrar mais uma frase do cantor Cazuza quando ele diz em uma de suas canções: “os meus inimigos estão no poder, ideologia, eu quero uma pra viver”. Quem foi que disse que “navegar é preciso e que…, viver não é preciso?”

Gilson Nunes é jornalista em Cuiabá e técnico de T.I.

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