quinta-feira, 25/abril/2024
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A omissão dos bons

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Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Não conseguimos compreender esta idéia. Se o frescor do ar e a limpidez brilhante da água não nos pertencem, como podemos vendê-los?(…) Sabemos que a terra não pertence ao homem. O homem, sim, é que pertence à terra.Sabemos que todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Existe uma ligação em tudo. O que vier a acontecer com terra recairá sobre os filhos da terra.Não foi o homem que fez o tecido da vida. Ele é simplesmente um de seus fios, o que quer que faça ao tecido estará fazendo a si mesmo. (…)

Com este trecho da Carta do Cacique Seattles ao Presidente dos Estados Unidos em 1854, reflitamos:
Potencialmente todo o homem é bom. Somos filhos de Deus, criados, segundo a expressão bíblica , ‘à sua imagem e semelhança’. Se o Criador é a Bondade Suprema, essa mesma virtude existe embrionária em nós, razão pela qual, consciente ou inconscientemente, passamos a vida à procura de seus valores.

Não obstante, com freqüência nos comprometemos com o mal, envolvendo-nos em iniciativas que levam prejuízos ao semelhante, e tal tendência está tão entranhada na criatura humana que as pessoas parecem não perceber que agem com maldade. Os piores facínoras encontram amplas justificativas , perante si mesmos, para os seus atos anti-sociais. Al Capone, considerado o inimigo público número um, nos Estados Unidos, afirmava não saber porque era perseguido pelas autoridades, já que proporcionava prazeres ao povo, ajudando-o a divertir-se. E poderíamos apresentar outros exemplos.

São freqüentes os escândalos em empresas públicas, funcionários desonestos apropriam-se de vultosos valores que não lhes pertencem, num comportamento que não raro, estende-se ao longo de meses ou anos a fio, até que, por circunstancias fortuitas o desfalque é descoberto. Constata-se , então que tais irregularidades ocorreram por relaxamento das normas de segurança que, não observadas pelos demais servidores, favoreceram a ação dos desonestos.

A volúpia de ganhar dinheiro induz muitas indústrias ao desprezo por elementares medidas de preservação do meio ambiente, por dispendiosas. Poluem a atmosfera, destroem florestas, matam rios, intoxicam a população e semeiam enfermidades. O movimento ecológico vem sendo articulado com o propósito de defender a Natureza. Os progressos, entretanto, são lentos, porquanto pouca gente dá-se ao trabalho de participar, em absoluta indiferença.

As reuniões de cunho espiritualizante, sob inspiração de qualquer denominação religiosa, quando realizadas com seriedade e pureza, no propósito de buscar a comunhão com o Céu, favorecem a paz e o equilíbrio nos corações, repercutindo beneficamente nas sociedades humanas. No entanto vasta parcela da população permanece alheia, não por descrença, mas simplesmente por comodismo.

O idealista legítimo-capaz de esquecer de si mesmo em favor de uma causa nobre está sempre desperto, ativo, consciente, disposto ao sacrifício, imune ao acomodamento, pronto a trilhar os mais difíceis caminhos. O ideal o conduz, aquece ilumina, sustenta… As grandes vidas, inspiradoras e inesquecíveis, foram marcadas por grandes ideais.

Pessoas assim valorizam a existência, enobrecendo o gênero humano. Com suas iniciativas fecundam o Bem, inspiram o progresso, ajudam a construir um mundo melhor.

Não estão sozinhos. Seguindo esses vanguardeiros há uma heróica retaguarda de servidores ativos e conscientes, sejam médicos, professores, operários, administradores-gente que está lutando, que está enfrentando os problemas do Mundo, procurando fazer o melhor, tentando realizar o Bem, trabalhando com denodo e perseverança.

E preciso que suas fileiras se ampliem. Que esses milhares sejam milhões. Que o ideal do Bem conquiste os corações.Que se semeie tanta luz que as sombras se retraiam! Que se exemplifique tanto a fraternidade que o egoísmo não encontre onde se apoiar.

Que essas considerações baseadas em texto de Richard Simonetti nos façam pensar sobre a responsabilidade de todos aqueles que se consideram pessoas de bem.Não se omitam diante da corrupção e desvios de caráter que tomamos conhecimento a todo instante, especialmente na política.

Que os bons não sejam omissos. Que assim seja!

Valcir José Martins é administrador, Maringá- Pr.

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