Desde a eleição a mídia nacional e local têm trazido em suas manchetes uma notícia pouco animadora para nós mulheres: o baixo número de mulheres eleitas para os parlamentos estaduais e federal. O Feed de Eleições do Jornal Estadão desta sexta-feira (14.10) traz uma foto minha ao abordar o tema já que Mato Grosso tem a menor representatividade de todas as Assembleias do País.
Em 2023, quando as novas legislaturas estaduais começarem em todo o Brasil, apenas 18% dos representantes da população serão mulheres nas Casas Legislativas. Mas aqui em Mato Grosso, estamos bem distantes deste número e eu, sozinha pela terceira vez novamente no parlamento, representarei um vergonhoso percentual de 4,2% de mulheres dentre os 23 outros homens eleitos.
O crescimento no número de mulheres eleitas ainda é muito tímido em Mato Grosso, apesar de duas mulheres terem liderado o número de votos para estadual e federal e termos dobrado nossa bancada feminina no Congresso, ainda temos um longo caminho a percorrer.
Só teremos candidaturas femininas com viabilidade eleitoral de fato quando rompermos a barreira de acesso aos fundos eleitorais e a supremacia masculina dentro dos partidos. O MDB foi novamente a sigla que mais elegeu mulheres no Brasil e vamos lutar para que esse número cresça na próxima eleição, por que este espaço de poder chamado política também é nosso.
Uma nota técnica do Observatório Nacional da Mulher na Política, que circulou essa semana no site da Câmara Federal, salienta que os obstáculos à participação feminina na política não terminam com a vitória em pleitos eleitorais, já que as mulheres também enfrentam barreiras para ocupar postos e liderança nas comissões e na composição das mesas diretoras dos parlamentos. O Feed de Eleições do Estadão desta sexta-feira (14.10) traz uma foto minha ao abordar o tema já que aqui em Mato Grosso tem a menor representatividade de todas as Assembleias do País.
Na nota técnica também sou citada como a única mulher em mais de 150 anos do parlamento mato-grossense a assumir interinamente a presidência da Assembleia Legislativa. E mesmo sendo a deputada mais votada pela segunda vez em Mato Grosso, com esses números e fatores de desigualdade de gênero tão latentes, não dá para comemorar. A nossa dor está estampada nos jornais!