O dia internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência Física, foi comemorado no último sábado (03-12). A data trouxe a tona muitas publicações sobre o tema, porém um me chamou mais a atenção.
Foi um artigo da graduada em Pedagogia e integrante da Equipe Brasil Escola, Jussara de Barros, em que fazia uma provocação sobre o assunto: "é assegurado aos deficientes físicos à integração social, além de conviverem com valores de igualdade e de oportunidades?"
Pensei, mas será que isso realmente acontece?
Entre aqueles que vivem no grupo dos Portadores de Necessidades Especiais, estão às pessoas ostomizadas. Esta doença que poucos conhecem, decorre de um procedimento cirúrgico que consiste na exteriorização do sistema (digestório, respiratório e urinário), um estoma significa uma abertura artificial entre os órgãos internos com o meio externo.
Nacionalmente já existe desde 16 de novembro de 2009, a Portaria 400, que estabelece Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), diretrizes estas a serem observadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão.
Trazendo para nossa realidade, em Sinop, MT, existe atualmente pouco mais de 20 pessoas ostomizadas, que vão desde recém nascidos a idosos, mas o município pouco oferece a esse grupo. Fato que faz com que os ostomizados clamem por socorro, pois nem minimamente orientação eles recebem atualmente.
Pensando sobre, tive uma produtiva e emocionante conversa com Patrícia Pauli, uma jovem senhora de 32 anos, "ostomizada". Patrícia sofria a 13 anos da doença de Crohn que é uma doença crônica inflamatória intestinal e teve sua vida salva através da cirurgia de ostomia.
Patrícia comenta que Sinop necessita de um setor específico para tratar destas pessoas e que hoje, a Assistente Social, Marilene de Fátima Pereira, funcionária do departamento de alto custo do município, tem sido uma parceira fundamental para eles.
Patrícia e a assistente social, percebendo a realidade no município, decidiram se organizar para buscar benefícios para as pessoas ostomizadas, e o primeiro passo foi realizar reuniões, com o objetivo de trocar experiências, dar apoio e aumentar a auto estima daqueles que tem esse problema em comum.
Diante disto, considerando que portar deficiência física é quando alguma parte do organismo humano não apresenta um funcionamento perfeito, as pessoas ostomizadas são automaticamente incluídas no grupo de portadores de necessidades especiais e precisam de tratamentos diferenciados para viver com dignidade.
Entendendo que na vida não é fácil aceitar qualquer tipo de limitação, sabendo que é preciso ter um olhar mais humano para essas pessoas, buscando garantir acessibilidade e inclusão.
Refletindo o depoimento da Patrícia que vive esse drama em Sinop, não oportunizá-los qualquer tipo de apoio, fora o voluntarismo da assistente social Marilene, é o mesmo que fechar os olhos para um problema grave é se omitir e deixar no esquecimento um grupo de pessoas que precisa de atendimento especial e diferenciado.
Na condição de vereador vou propor políticas publicas locais que favoreçam essa classe. Quero prestar apoio e ser a voz destes que sofreram e ainda sofrem para adaptar-se a uma nova realidade. Facilitar a reinserção dessas pessoas em nosso meio é dever de todos, mas principalmente do Poder Público.
E aproveito ainda para fazer uma pergunta: Será que é assegurado aos deficientes físicos à integração social, além de conviverem com valores de igualdade de oportunidades?
Pense nisso!
Fernando Assunção é vereador e 2º secretário da Câmara de Vereadores de Sinop-MT.