Primeiramente, quero pedir desculpas aos meus leitores pelo sumiço de quase dois meses, porém é justificável, devido ao fato do Ministro Gilmar Mendes ter-me habilitado como jornalista, apesar dele achar que jornalismo é vocação e não preparação técnica-científica, eu me senti na obrigação de fazer um curso intensivo de entrevistotecnia (técnicas de entrevistar). Contratei dois dos grandes jornalistas do estado para ministrar-me este curso, foram eles: João Negrão e Kleber Lima (algumas aulas foram ministradas no bar da Isa , outras na minha residência saboreando um cordeiro assado ou no Spand tomando um bom vinho), depois de cumprir a carga horária teórica, meus mestres me deram como TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), fazer uma entrevista com uma personalidade da política. Como gosto de fazer o melhor, procurei logo quem? O mega empresário, mega sojeiro, mega exportador de soja, mega dono de porto, mega desmatador, mega governador, Blairo Maggi.
Peguei minha caderneta, uma caneta e rumei ao Palácio Paiaguás em busca da minha primeira entrevista e para não me sentir um peixe fora d água, coloquei uma botina, uma camisa xadrez, uma calça jeans, um boné com a marca de algum pesticida agrícola, para melhor ser atendido. Chegando lá, minha primeira decepção, o mega estava em viagem à África do Sul, perguntei por outra personalidade e me disseram: O senhor não sabe? Lotaram air bus e todo mundo foi pra lá.
Pensei…, pensei… , como se trata de um trabalho acadêmico e a maioria dos trabalhos acadêmicos, são Ctrl-c, Ctrl-v (copias da internet), vou fazer uma entrevista imaginária.
Eu: Bom dia Senhor Governador! Gostaria de fazer-lhe algumas perguntas.
BM: Bom dia Tche! Bah! Podes fazer, mas antes de tudo, gostei do teu boné, colorado tchê.
Eu: Vamos falar da sua turnê pela África do Sul: O motivo da sua viagem e levar toda essa comitiva, até o Murilo, se deve ao fato da nossa querida capital ter sido cortada da Copa 2014 e o Senhor está indo fazer uma pressão aos dirigentes para reverter a catástrofe, por ter mudado o projeto original, achando que o povo da FIFA iria engolir igual o povo mato-grossense, que ainda acredita nas suas promessas Governador?
BM: Bah tchê, tu ta aguando meu chimarrão, secretária troca essa erva.
Eu: O Senhor acha que o Wilson Santos não foi nesse tour, para depois jogar a culpa só na V Excia, já que lhe creditou o sucesso da escolha em maio passado?
BM: Bah! Esse galinho me paga tchê, eu mato ele, PAC! PAC! PAC!, Eu o Curado e o Julier, tchê.
Eu: Mega Governador, mudando um pouco o foco da nossa conversa, vamos falar de política. Va Excia, veio para a política como o anti-político, o empresário. Ao que parece, apesar dos quase oito anos na política, o senhor ainda tem preconceitos contra os políticos, ou o senhor acha que político é caso de polícia, que até colocou um policial para cuidar deles na Casa Civil e os jornalistas também?
BM: Tri legal essa tchê, mas não vou responder se não o Sival pode ficar chateado tchê.
Eu: Quero lhe agradecer pelas esclarecedoras respostas, até logo.
Carlos Veggi é Consultor, curioso do mundo e agora jornalista graças ao Gilmar.