A derrota humilhante que a seleção brasileira de futebol sofreu perante a Alemanha por 7 x 1, a maior desde 1920, há quase cem anos, vai contribuir para reforçar a imagem negativa que o Brasil tem internamente e no exterior. Durante mais de quatro anos o Brasil se preocupou em cumprir os ditames do caderno de encargos da FIFA, construindo estádios lindos, super-faturados, verdadeiras obras faraônicas, muitas das quais vão se transformar em elefantes brancos; obras de mobilidade urbana, muitas das quais, como o VLT de Cuiabá, que só deverão estar concluidas, Deus sabe quando.
O mais importante que deveria ser feito e acabou não o sendo, foi a constituição de uma equipe com capacidade de encarar os grandes adversários que acabam sempre chegando `as últimas etapas, seleções bem organizadas, bem entrosadas, que jogam na busca de resultados e com um objetivo em mente, conquistar a taça. Ao longo dos jogos, desde a fase inicial, quando o Brasil sofreu para segurar um empate com o México ou depois nos jogos contra o Chile e Colômbia, quando o fator sorte esteve ao lado da seleção brasileira, o desemprenho do Brasil foi muito aquém de um país que estava mobilizado para conseguir o tão sonhado hexa.
Para o Governo Federal e inúmeros outros governantes quem colocava em dúvida esta conquista era taxado de anti-patriota, os pés frios, os que torcem contra, enfim, o importante era formar uma “corrente, pra frente Brasil”, slogam bem batido durante o período militar quando o Brasil conquistava campeonatos e a seleção era respeitada.
Outro slogam criado pelo marketing manipulador do governo era a figura do Brasil como a “Pátria de chuteiras”, que acabou sendo transformado em Brasil de joelhos como estampa a manchete do Jornal A Gazeta, ou Brasil humilhado e assim por diante.
Mesmo com o desempenho mediocre nas fases iniciais a Presidente Dilma bem que tentou pegar carona na euforia do povo brasileiro, que torcia, se contorcia, cantava, chorava e gritava, como modo de empurrar o time. Prova disso foi sua breve recuperação nos índices de preferência na corrida eleitoral demonstrado pela recente pesquisa do Instituto Data Folha.
Todavia, tanto no jogo de abertura, em que o Brasil sofreu para derrotar a Croácia, quanto no do ultimo dia 08 deste mes, quando foi humilhado pela Alemanha, com uma goleada acachapante, a nossa presidente, mesmo não estando presente noMineirão, mesmo assim foi alvo de vaias e até xingamentos, além de atos de violênncia que ocorreram em várias partes do Brasil, fruto da frustração e revolta do povo com este grande fiasco nacional que vai enriquecer outras manchetes negativas conquistadas pelo governo federal em diversas áreas.
Duante semanas a cúpula do governo discutia internamente se a Presidente deveria ir ao Maracanã para assistir a final da copa da Fifa e entregar a taça `a seleção campeã, que sempre imaginava-se fosse o Brasil, tendo em vista a possibilidade de a Presidente ser alvo de manifestações hostis , incluindo vaias e mais xingamentos, a serem compartilhados pelo Presidente da FIFA, que anda também envolvida em falcatruas e corrupção, tanto em relação a escolha do Catar para ser sede da COPA de 2022, quando as quadrilhas que comercializavam ingressos VIPs.
Segundo notícias desses últimos dias, a Presidente deverá ir ao Maracanã para entregar a taça ao novo campeão do esporte das multidões,podendo ser a Alemanha ou a Argentina, mas corre um grande risco de ser novamente vaiada.
A derrota do Brasil para a Alemanha deverá ter influência nas eleições de outubro por dois motivos, primeiro os marqueteiros do PT , da Presidente e seus aliados não poderão maniupular a energia do povo a seu favor, segundo, as frustrações com esta derrota vão contribuir para que o povo deixe de ser anestesiado pela política do pão e circo do Governo Dilma/PT e acorde para a realidade.
De um sonho acalentado durante mais de uma década, o povo está acordando em meio a um grande pesadelo fruto da falta de rumo e mediocridade do atual governo, onde as mazelas sociais como o caos na saúde, a escalada da violência, educação de baixa qualidade, infra-estrutura deteriorada, desindustrialização, a inflação, o aumento da dívida pública, uma burocracia paquiderme e corrupção endêmica,que atinge inclusive nosso futebol, afligem a população brasileira, talvez esses sejam realmente os grandes legados da copa das copas em nosso país!
Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, meste em sociologia
[email protected]
www.professorjuacy.blogspot.com
Twitter@profjuacy