Vivemos um momento sem precedentes na história da república. Desde o aportar da primeira caravela portuguesa, jamais se viu tamanha desordem, corrupção, jogo de interesses e por incrível que pareça, a apatia das maiores vítimas do caos; a população.
Embora alguns poucos lúcidos se esforcem para reverter o quadro, devolvendo a dignidade, o amor próprio, pela pátria e a tranqüilidade de viver em segurança, a cultura do “toma lá, dá cá” impede o progresso de tais ideais, tamanho é o poder do contrário arraigado na grande maioria dos brasileiros.
As cobranças nem sempre passam de desfaçatez, pois o interesse pelo coletivo deixa de existir no exato momento em que se vislumbra a possibilidade de uma vantagem pessoal.
Tal comportamento (antes típico da classe política) insiste em se expandir entre os eleitores que a despeito da rigidez das regras eleitorais, não perdem uma só oportunidade de lucro em troca de seu voto.
O dever mascarado de direito há muito é prostituído, e como elas – prostitutas – dão prazer apenas a quem paga, embora pensem que dele também irão usufruir; Ledo engano.
O que deveria servir de lição, no entanto será revivido a cada dois anos pelo cafetão – eleitor – e por quatro ou oito anos consecutivos, pelo cliente – político eleito.
Comportamentos assim é que fazem de nosso país, a Casa da Mãe Joana.
Casa da Mãe Joana é o lugar onde vale tudo, sem ordem, onde predomina a confusão, a balburdia e a desorganização. A mulher que deu nome á tal casa chamava-se, obviamente, Joana. Viveu no século XIV e era condessa de Provença e rainha de Nápoles. Moralmente desregrada, permissiva, acabou condenada pela Igreja a viver enclausurada em Avignon quando no esplendor do poder, apoiou abertamente o funcionamento dos bordéis e protegeu os que viviam desse lucrativo comércio.
Clayton Cruz é jornalista em Sinop e editor do blog Imprensando