Que emoção é essa? Como entender essa epidemia louca que contagia dezenas de milhares de pessoas no planeta terra? Loucos de um bando sem limites, que vendem a alma por amor ao clube, que esquecem as dificuldades e acreditam em dias melhores em cada conquista cinematográfica como essa. Que palavras usar quando o corpo quer apenas explodir de alegria. Uns choram, outros dão gargalhadas. Outros bebem, uns xingam e a grande massa fiel corintiana se abraça e abraça o mundo. Corinthians bicampeão mundial sim senhor. Marcelinho, Edílson, Luizão, Ricardinho, Vampeta, Rincón, Dinei, Gilmar Fubá e companhia foram sim campeões do mundo em 2000, mas agora nós lavamos a alma. Novamente, falar o que de nós agora? O Corinthians fez história.
Libertadores 2012 invicto. Deixamos grandes do Brasil pra trás. Controlamos o Vasco, mostramos que Neymar sempre pipoca contra o Corinthians, calamos La Bombonera e humilhamos o Boca no Pacaembu. Ainda sim, "antis" ousados ousaram duvidar do time de Tite. Ta aí, Thiago Henrique Vieira, nosso amigo São Paulinho, que usamos para estender esse "chupa essa manga".
Futebol contido, mas preciso, cirúrgico. Futebol moderno. Aliás. O Corinthians é moderno, dentro e fora de campo. Quando caímos em 2007, logo após o empate fatídico contra o Grêmio, Andrez Sanches disse ainda em campo: "quem quiser rir do Corinthians que faça isso agora, porque vocês nunca mais vão rir de nós". Emblemático. Obrigado Andrez. Você, Ronaldo Fenômeno, o futebol e o marketing mudaram a nossa realidade. Antes, éramos apenas um time com uma grande torcida apaixonada. Hoje somos um grande time, a altura de sua grande torcida, estruturado e muito romântico. Hoje somos campeões do mundo de maneira incontestável.
O primeiro jogo do Mundial animou muita gente. O Timão jogou mal. Fez 1 x 0 no primeiro tempo e passou um sufoco danado no segundo tempo. Na onda das previsões, tomaríamos um sacode semelhante ao do Barcelona contra o Santos. O facebok era a alegria dos "antis". Aqui é Corinthians p….! Contra o Chelsea e seus milhões investidos fomos superiores. Quem esperava um Corinthians perdido, envolvido, dançou. Entramos unidos. No corredor que liga os vestiários ao campo, o caipira Chicão mordia os dentes, o capitão Alessandro erguia a cabeça como um grande líder que é, sem tietar os adversários galácticos.
Em campo, aplicação tática, marcação no campo adversário. Tite mostrou porque está na proa deste time durante muito tempo. Anulou Hazard colocando Jorge Henrique e limitou o Chelsea a lançamentos perigosos do líder do time inglês, Frank Lampard. Davi Luiz é espetacular. Não fosse ele, teria sido menos sofrido. Marcação ajustada, Chelsea envolvido, jogando o nosso jogo. Danilo corta, chuta, a bola sobe. Guerrero, dizíamos no começo do jogo: "joga a bola nele e espera". Olhar mágico na bola, salto elegante, gol iluminado.
Em Cuiabá, na Associação Corintianos de Tchapa e Cruz (A.C.T.C), Bar Vai Corinthians. No Japão, representados por milhares de loucos, dentre eles nossos queridos Walderley Oliveira e Coronel Alinor. No mundo, representado por esse elenco maravilhoso, que mostrou nas mãos de Cássio o respeito pela vontade da maior e mais apaixonada torcida do mundo. Elenco que levou para os gramados do Brasil e do mundo o sentimento mais verdadeiro que existe, a amizade. Jogadores experientes, aplicados, loucos, focados, apaixonados. Nunca sentirão emoção maior do que a deste domingo. Ganhar o mundo pelo Corinthians é diferente, o Corinthians é único, quem torce sabe, os adversários, lá no fundo, reconhecem e temem, o mundo, hoje conhece. Nada, realmente nada, tira o sabor, o valor dessa vitória, dessa conquista. São Paulo, Brasil, América, o mundo. E agora, falar o que, conquistar o que? O mundo é preto e branco, o mundo é do bando de loucos, o mundo é Corinthians. Salve São Jorge Guerreiro, salve.
*Raoni Ricci e Humberto Frederico, jornalistas, cuiabanos, corintianos e loucos