Uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação de Mato Grosso (Secovi) aponta que dos 2 mil imóveis comercializados no 1º trimestre, em Cuiabá e Várzea Grande, 1,8 mil eram usados, o que representa 89,6% das vendas. Foram investidos R$ 638,6 milhões na compra de casas, apartamentos e salas comerciais com algum tempo de uso.
Segundo o sindicato, a tendência é que esse nicho de mercado continue favorecido, especialmente após o anúncio feito, ontem, pela Caixa Econômica Federal de financiar até 70% do valor dos imóveis usados, ante a cota anterior de 50%. A nova regra já está valendo. As mudanças divulgadas pelo presidente da Caixa, Nelson Antônio de Souza, incluem ainda a redução de até 1,25 ponto percentual das taxas de juros para os financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Essa opção possibilita a aquisição imobiliária a prazo mesmo para quem já possui imóvel e não estabelece limite de renda. O financiamento pode ser feito dentro ou fora do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
São enquadrados no SFH imóveis residenciais avaliados em até R$ 800 mil, com exceção daqueles localizados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal, onde o limite chega a R$ 950 mil por imóvel. Acima desse valor os imóveis financiados são enquadrados no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).
Para os financiamentos imobiliários enquadrados no SFH, a Caixa anunciou redução das taxas mínimas de juros de 10,25% ao ano para 9% ao ano, enquanto as taxas máximas recuaram de 11% ao ano para 10,25% ao ano. No caso do SFI, a taxa mínima decresceu de 11,25% ao ano para 10% a.a, e a taxa máxima recuou de 12,25% ao ano para 11,25% a.a.
Há quase 1 ano e meio a Caixa não reduzia os juros no crédito imobiliário. O último corte remete a novembro de 2016, quando as taxas mínimas passaram de 11,22% para 9,75% ao ano nos financiamentos via SFH e de 12,5% para 10,75% ao ano para os imóveis enquadrados no SFI. Com o ajuste, a Caixa pretende contribuir para o aquecimento do mercado imobiliário e oportunizar melhores condições de crédito aos clientes, informou a instituição por meio de nota oficial.
“É uma notícia que anima o mercado e mostra uma tendência de recuperação, já que a Caixa é referência no financiamento imobiliário. Outros bancos também entraram mais agressivos nesse segmento”, comenta o conselheiro da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Cezário Siqueira Gonçalves Neto.
Segundo ele, a redução dos juros refletirá no valor das parcelas a serem pagas ao longo do financiamento. “Melhora a capacidade de compra. Se o investidor tem capacidade de pagar R$ 4 mil por mês em 360 vezes, poderá pagar esse mesmo valor mensal em menos parcelas porque o financiamento ficará mais barato”, exemplificou.