O afastamento da tenente do Corpo de Bombeiros, Isadora Ledur, foi confirmada pelo coronel Alessandro Borges Ferreira, que é o responsável pelo inquérito policial militar (IPM) e apura as circunstâncias da morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, 21 anos. Ele garantiu que a investigação será transparente e tem como finalidade apurar a verdade dos fatos que ocorreram naquele dia.
A família do aluno diz que Rodrigo foi vítima de tortura e omissão de socorro. A morte ocorreu, ontem à noite. Ele passou mal na quinta-feira (10) à tarde, durante treinamento dos alunos na Lagoa Trevisan, em Cuiabá..
No comando do treinamento estava a tenente. O aluno antes de ir ao treinamento mandou mensagem para a mãe, dizendo que estava com medo.
A mãe de Rodrigo, Jane Patrícia Lima Claro, disse que colegas que acompanharam o treinamento, na quinta-feira, confirmaram que a tenente teria mantido, por alguns instantes, o aluno embaixo da água, durante as diversas travessias que os alunos foram obrigados a fazer.
No inquérito será apurada a suspeita que, mesmo ao reclamar de fortes dores de cabeça, ao chegar do outro lado da margem, foi obrigado a retornar a nado e mais uma vez teria mergulhado. Ao final do treinamento, as dores de cabeça aumentaram e Rodrigo ainda vomitou.
Apesar da situação crítica, os superiores liberaram ele. Jane disse que foi exatamente às 16h42 que ela recebeu a mensagem do filho dizendo que não conseguiu terminar o treino e estava mal. A versão é que ele, sem qualquer ajuda, subiu em sua moto e pilotou até a sede do 1º batalhão, no bairro Verdão. Se apresentou ao comandante do curso, coronel Licínio, que ao ser informado que o jovem não se sentia bem, pediu para um sargento acompanhá-lo até a policlínica, logo a frente do quartel. Logo ao chegar o jovem passou a sofrer as primeiras convulsões, perdeu a consciência, foi transferido para hospital particular onde foi submetido a uma cirurgia de emergência para instalação de um dreno, para combater a hemorragia forte no cérebro. Depois disso o jovem foi entubado e mantido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), vindo à óbito.
A morte precoce do aluno que sonhava em seguir os passos do pai, também sargento dos bombeiros, revoltou a família, que exige a apuração dos fatos e acusa a instituição de não dar assistência adequada ao jovem.
Após passar por necropsia no Instituto Médico Legal, corpo de Rodrigo foi liberado. Durante parte da tarde de quarta-feira corpo ficou na sede do 1º Batalhão, no bairro Verdão. Segue para Tangará da Serra e posteriormente para ser sepultado em Sinop, amanhã.