A Colonizadora Sinop contratará peritos para investigar a queda parcial da cobertura do Colonial, no sábado (16). O anúncio foi feito, em entrevista coletiva, agora há pouco, pelo assessor jurídico da empresa, Rodrigo Moreira Goulart. Ele explicou que a Colonizadora não é dona do empreendimento mas disputa na justiça para obter a posse, como parte de pagamento referente à venda de ações em 1999. O restaurante Colonial faz parte da história de Sinop. Foi construído na década de 80 para receber o então presidente da República, João Batista Figueiredo, e é considerado patrimônio histórico do município.
“Temos interesse em descobrir o que ocorreu, afinal, estamos lutando pelo imóvel, lutamos por uma propriedade que não foi transferida para a empresa. Então, precisamos descobrir o que houve porque pode, eventualmente lá na frente, ser a Colonizadora responsável por reformar. Independentemente do laudo, vai haver consequências para a empresa, houve um prejuízo. Estamos aguardando para ver quais providências tomar. Vamos ajudar de qualquer forma”, disse. “Contatamos em engenheiro para que fizesse um laudo para saber se realmente houve essa sabotagem no prédio. […] Procuramos a polícia num primeiro momento para evitar que os manifestantes que estavam lá pudessem ter sua integridade física prejudicada, há risco de mais desabamento no local”, acrescentou.
Ele disse que desconhece se pessoas com um carro, de uma empresa, teriam ido ao local e serrado vigas, segundo populares. “A Colonizadora não tem ligação com essa empresa […] Somente a polícia vai poder concluir sobre sabotagem ou não”, expôs.
Rodrigo leu um comunicado oficial da empresa apontando como foi o procedimento de venda das ações e o início do imbróglio judicial. “A empresa entende que necessita prestar esclarecimentos com relação ao prédio. Ele foi construído pela empresa Sinop Agroquímica S.A, em terreno de sua propriedade. A Colonizadora Sinop era acionista majoritária da Sinop Agroquímica e em 1999 vendeu toda sua participação a um grupo de investidores. O prédio e seus terrenos seriam transferidos a Colonizadora Sinop como parte do pagamento da venda dessas ações e até hoje essa transferência não ocorreu. Desde então luta-se na justiça para que se cumpra essa obrigação”.
O assessor ainda explicou porque a empresa não pode fazer intervenções no prédio. “Por não ser proprietária do imóvel, não pode vender, doar, transferir ou prometer a transferência desse imóvel a quem quer que seja. Da mesma maneira não pode realizar qualquer empreendimento no imóvel, nos terrenos desse imóvel, existindo ou não o prédio colonial no local. O imóvel não é da Colonizadora Sinop, pelo menos não é ainda. Estamos lutando para que seja”.
Rodrigo ainda esclareceu sobre o possível tombamento histórico do prédio, apontando restrições, caso isso venha ocorrer. “O bem por ser patrimônio histórico não quer dizer que ele é patrimônio público. Permanece em propriedade do dono do imóvel. Na verdade existe uma limitação quanto a esse direito de propriedade. Ele não pode destruir o imóvel, alterar as características físicas, mas pode dar a destinação que quiser, respeitando essas limitações. Na verdade precisa ser tombado e é um processo que foi feito pela prefeitura. Existe uma lei que esclarece essa situação. Se o dono lá na frente quiser alugar, imaginado que seja reformado, para um banco ou restaurante ou quiser fechar e manter a fachada preservada, ele pode”.
(Atualizada às 13:31h)
O Colonial, construído na década de 80, em Sinop (reprodução)