O período proibitivo das queimadas será prorrogado por mais 15 dias devido a falta de chuvas. Esta é a segunda ampliação do prazo em 2010. Os incêndios florestais aumentaram 631% este ano, se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados coletados pelos satélites do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) mostram que, entre 1º de janeiro e 28 de setembro, foram registrados 211.946 focos de calor no Estado, sendo que em 2009, foram 28.991 focos.
O secretário de Estado do Meio Ambiente (Sema), Alexander Maia, disse que encaminhou o pedido ao governador Silval Barbosa (PMDB), que assinará o decreto até amanhã. A ação, segundo o secretário, é preventiva e serve para manter a situação de alerta nos municípios.
As condições climáticas motivaram a solicitação, que foi aprovada pelo Comitê de Gestão do Fogo. Maia explica que durante a proibição as pessoas que causarem incêndios serão autuadas pelos órgãos ambientais e responderão criminalmente pelo ato.
Especialistas dizem que Mato Grosso passa pelo pior desastre da história devido as queimadas. Na edição de 23 de setembro, o biólogo e pesquisador Romildo Gonçalves disse que além de ter mais incêndios, o tamanho das áreas atingidas também teve acréscimo. A quantidade de focos no Estado já é superior ao que foi registrado no Brasil nos primeiros 9 meses de 2009, que chegaram a 159.418 focos.
O secretário explica que existe uma trajetória histórica do fogo, que começa pela região Norte e depois passa pelo Araguaia e Pantanal. Na semana passada, a comunidade do Porto Cercado (Pantanal) teve um incêndio em grande proporção.
As chamas atingiram o Hotel Sesc Pantanal e a fazenda São João. Equipes do Corpo de Bombeiros e Brigadistas ficaram mais de 4 dias no local para conter o fogo.
Período – Com início antecipado para 8 de julho, o período proibitivo das queimadas terminaria em 15 de setembro. Como a estiagem está muito forte, o prazo foi prorrogado para o dia 30 do mesmo mês e agora, uma nova ampliação passou a data final para 15 de outubro.
A situação é crítica em vários municípios como Marcelândia, que em agosto teve um incêndio que devastou todo o perímetro urbano. A cidade de Chapada dos Guimarães também sofre com o problema, que comprometeu a vegetação do Parque Nacional e também zona rural. A fumaça foi um dos fatores que levou a administração municipal a pedir estado de emergência. O atendimento das unidades de saúde aumentou 60% por causa de doenças respiratórias.
Maia relata que as chuvas foram poucas apesar das previsões de que seriam intensas a partir do começo de setembro. Alguns municípios, como Confresa, Vila Rica, São Félix do Xingú e Porto Alegre do Norte, estão há mais de 5 meses sem nenhum tipo de precipitação.
A seca também está carregada de vento, fazendo que as chamas espalhem-se rapidamente.