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Programa da Microsoft detecta Windows pirata e adverte usuário

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“Esta cópia do Windows não é original. Você pode ter sido vítima de falsificação de software.” A mensagem em português, que passou a pipocar nas telas dos computadores, surpreendeu os usuários do sistema operacional Windows XP.

A mensagem, que aparece sem aviso na inicialização do computador, leva a uma janela que adverte: “Clique em Obter Original agora para receber mais informações e solucionar esse problema”. Ao clicar na janela, o usuário do Windows pirata é levado a uma página da Microsoft, empresa fabricante do Windows, e convidado a comprar uma versão legalizada do programa. Mesmo depois de reinicializado o computador, o aviso continua a aparecer.

Parece um vírus, mas é a mais nova ofensiva contra a pirataria feita pela Microsoft, que avalia em bilhões de dólares as perdas que sofre anualmente com o uso de centenas de milhões de cópias piratas dos programas da empresa.

Os avisos fazem parte do sistema “Windows Genuine Advantage”, lançado pela Microsoft em julho do ano passado. Inicialmente, o WGA barrou o acesso dos usuários de cópias ilegais do Windows a uma série de serviços, como baixar programas e plug-ins gratuitos da empresa ou receber atualizações do Windows –com exceção das chamadas “atualizações críticas”, sem as quais o sistema pode se tornar bastante vulnerável a vírus.

Numa segunda etapa, o WGA começou a instalar, juntamente com as atualizações críticas do Windows, os avisos obrigatórios aos usuários. As notificações começaram a ser instaladas nos computadores norte-americanos no final de abril e agora chegam ao Brasil.

Privacidade

A novidade pegou de surpresa mesmo profissionais experientes de informática. “No começo, pensei que fosse um vírus”, conta o gestor de sistema de informações Fernando Ortega, 27. Segundo ele, a ação do WGA tem realmente “o mesmo princípio de um vírus”, embora o sistema não possa ser classificado desta forma, por não ter uma programação maliciosa –a qual é obrigatoriamente oculta e provoca prejuízos ao usuário, como o roubo de dados pessoais

Na época do lançamento do sistema, a Microsoft informou que o WGA só pode ser desinstalado com a formatação do disco rígido, processo que apaga todas as informações armazenadas no computador.

Ortega confirma a informação. “Os hackers devem tentar quebrar o sistema nos próximos dias, mas para o usuário comum só restam duas opções para se livrar dele: comprar uma versão original do Windows ou mudar para um outro sistema operacional, como o Linux”, afirma.

Com 14 anos de experiência no setor, Ortega especula que o próximo passo da Microsoft, com o WGA, pode ser o de bloquear o funcionamento das versões pirateadas do Windows. “As cópias piratas de Windows XP estão com os dias contados”, diz.

Nas lojas, o Windows legalizado dificilmente custa menos de R$ 800. Nos camelôs, uma cópia pirata pode ser comprada por menos de R$ 10.

O WGA é criticado por grupos que acusavam a Microsoft de invadir a privacidade dos usuários. A empresa nega as acusações, afirmando que o processo de validação coleta apenas informações sobre o sistema para determinar se o software é original. “Ele não coleta ou envia quaisquer informações que possam ser usadas para identificar você ou contatá-lo”, diz um comunicado.

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