Continua tenso o movimento dos produtores rurais em frente ao Banco do Brasil, em Sinop. Policiais militares estão no local desde o início da manhã. As correntes que trancavam a porta da agência foram retiradas, na presença de oficiais de Justiça que cumpriram liminar para liberar o acesso ao banco.
O presidente da Federação da Agricultura Mato-grossense (Famato), Homero Pereira, chegou agora há pouco a Sinop, manifestou apoio aos produtores e ponderou que a lei deve ser respeitada, ao referir-se aos bloqueios nas rodovias e nas agências bancárias. Ele disse que a federação entrou com ação contra o governo para exigir o cumprimento da lei que estabecele a garantia dos preços mínimos da soja, milho e arroz. “Se a lei for cumprida, os prejuízos vão diminuir”, declarou.
Os agricultores colocaram alguns maquinários na avenida Julio Campos, em frente à agência e o tráfego em frente ao banco está interditado, sendo controlado pela Guarda Municipal.
Segundo o tenente-coronel Edie Metelo, que está comandando o cumprimento da decisão judicial expedida pelo juiz Marcos Faleiros, que solicitou a desobstrução da agência, não está havendo agressão contra os produtores. Cerca de 200 pessoas estão no local. Os bombeiros continuam no local, no caso de haver algum incidente.
A agência está fechada desde ontem. Os produtores estão protestando contra a atual política agrícola do governo Lula. O produtor Ari Hoffmann, que planta em Sinop há 30 anos, disse que não há mais condições de continuar na atividade. Ele plantou cerca de 1.500 hectares de soja e 800 hectares de arroz e teve prejuízos de aproximadamente R$ 720 mil nesta safra.
“Estamos reivindicando de 3 a 4 anos de carência dos financiamentos vencidos. Os juros são muito excessivos. Começamos com juros de 8,75% e chegamos a assinar contratos a 12,75%. Nos empurraram coisa que não condizem com a realidade de hoje. O dólar era R$ 3,20, quer dizer, nós compramos um insumo a R$ 3,20 e vendemos o produto a R$ 2,40. Depois novamente compramos o insumo a R$ 2,40 e vendemos o produto a R$ 2,11”, explicou.
Em Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum, produtores também estão mobilizados desde segunda-feira, e o movimento está repercutindo em outros municípios.