Parte do teto do Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) caiu devido a problemas na tubulação. A água acumulou-se sobre o forro, que não resistiu e cedeu, caindo no consultório da pediatria, onde o médico fazia o atendimento de um paciente. Não houve feridos e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) recebeu a denúncia que o líquido era fétido e tinha fezes humanas. Esta é a terceira vez que o teto da unidade cai. As outras duas ocorrências foram em fevereiro e maio deste ano. Na ocasião, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que as chuvas eram culpadas pelos transtornos.
Conforme o presidente do Sindimed, Edinaldo Lemos, a área atingida está dentro do piso superior, que passou por reformas, orçadas em R$ 6 milhões, no ano passado. Ele relata que o serviço foi concluído sem qualidade e há danos em vários pontos do prédio.
O diretor do Pronto-Socorro, Ronaldo Taques, também crítica a reforma. Ele explica que a obra ainda não foi aceita oficialmente e que a empresa foi acionada para fazer a revisão. O problema é que as manutenções acontecem em operação "tartaruga" e por este motivo a administração chamou outro prestador de serviço. Ele argumenta que a situação é de emergência e caso o trabalho não seja realizado, parte do atendimento pode ter problemas. "Aqui estamos apagando cada dia um fogo para manter o trabalho".
Outra questão que agravou a situação do prédio foi a falta de manutenção, que aconteceu na gestão anterior da unidade. Os serviços deixaram de ser prestados por causa do não pagamento das empresas.
Quanto ao teto, Taques diz que foi mais um problema técnico deixado pela responsável da reforma. Os tubos colocados no ar condicionado dos consultórios são finos e flexíveis. Ele teve algum tipo de obstrução, que impediu a saída da água, que ficou empoçada no forro, que cedeu.
Taques nega que seja esgoto. Ele argumenta que, se fosse, o local teria que passar pela descontaminação. De acordo com o diretor, não existem tubos de esgoto passando sobre a sala.
Outro lado – A SMS informou, por meio da assessoria de imprensa, que o problema não aconteceu na área reformada e sim no terceiro piso. O órgão diz que o problema começou na sala de repouso dos médicos. Os tubos do ar condicionado foram obstruídos e acabou vazando água para a parte inferior, onde está o consultório. Conforme a assessoria, a água não era esgoto e os reparos já foram realizados. Quanto ao cheiro, a SMS diz que é normal em situações semelhantes.