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Nova Mutum: suspeito de matar vendedora pega Covid e seguirá preso em casa; júri remarcado

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Só Notícias/Herbert de Souza (foto: assessoria/arquivo)

A juíza Ana Helena Alves Porcel Ronkoski voltou a prorrogar o benefício da prisão domiciliar para o principal suspeito de matar Tânia Ottonelli, 43 anos. A vendedora foi assassinada a facadas, em abril de 2016, no canteiro que divide as avenidas Uirapurus e Mutum, na área central da cidade.

Em julho deste ano, o acusado ganhou o benefício da prisão domiciliar, depois que alguns detentos da cadeia de Nova Mutum testaram positivo para a covid-19. O prazo imposto para a prisão domiciliar se encerraria, inicialmente, no dia 16 de setembro. Como a unidade penitenciária seguia interditada para a entrada de novos presos, a magistrada decidiu, no mês passado, adiar o retorno do acusado à cadeia até o dia 19 de outubro.

Esta semana, porém, ao se apresentar na cadeia pública local, o acusado acabou sendo diagnosticado com a covid-19. Por essa razão, a juíza optou por, novamente, prorrogar a volta do réu ao cárcere, por mais 15 dias. Desta forma, o acusado terá que se apresentar à Justiça no dia 3 de novembro, quando passará por um novo teste de coronavírus.

Com a nova situação, a magistrada também optou por cancelar o júri popular do réu, que estava marcado para o dia 29 deste mês. Agora, o julgamento está previsto para ser realizado no dia 9 de novembro. O suspeito será julgado por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra a mulher em razão de gênero (feminicídio).

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o réu e a vendedora namoraram por aproximadamente seis meses, mas acabaram rompendo o relacionamento em fevereiro de 2016, “em razão do ciúme excessivo do acusado”. A denúncia aponta que o suspeito “não queria que a vítima mantivesse contato com outras pessoas, e dizia que a mataria e se mataria, caso ela terminasse o relacionamento”.

As investigações da Polícia Civil apuraram ainda que, por não aceitar o término do namoro, o réu teria ameaçado de morte Tânia e o novo companheiro dela. Na época, conforme a denúncia, o acusado estava em outro relacionamento e morava na casa do genro. No dia 14 de abril de 2016, a então mulher dele, a enteada e o genro teriam descoberto sobre o relacionamento extraconjugal com Tânia e que ele estava a ameaçando visando reatar o namoro. Por esse motivo, determinaram que ele saísse da casa.

“Então, o denunciado adquiriu uma faca e seguiu a vítima pelas ruas da cidade, e, quando ela estacionou sua motocicleta, a abordou, a agarrou e desferiu dois golpes de faca que a atingiram nas partes anterior e posterior do tórax, e em seguida, se evadiu do local”, narra a denúncia.

José se entregou à Polícia Civil de Campo Novo do Parecis, dias após o crime. Em conversa informal, ele confessou e deu detalhes sobre o crime aos policiais. Segundo a versão contada na delegacia, ele comprou a faca com a intenção de se matar, pois estava sendo, supostamente, ameaçado pelo namorado da vítima. Porém, de última hora, decidiu assassinar Tânia.

A defesa chegou a ingressar com um pedido de insanidade mental, que foi autorizado pela Justiça de Nova Mutum. Porém, o exame constatou que o garçom “era totalmente capaz de entender o caráter ilícito da sua conduta e de se autodeterminar de acordo com esse entendimento, e que ao tempo do exame apresentava bom estado de saúde mental, realizando tratamento ambulatorial para transtorno depressivo recorrente”.

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