Líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST) reuniram-se com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e fizeram acordo sobre os itens cobrados. Por enquanto, novos bloqueios em rodovias estão descartados. As informações foram confirmadas, ao Só Notícias, por um dos coordenadores estaduais do MST, José Vieira. “A área de 9 mil hectares, ocupada em Itaúba (90 km de Sinop), deve ser vistoriada em até 15 dias. O Incra se comprometeu também a pressionar a empresa responsável a levar energia elétrica para os assentamentos Olga e Renascer, ambos em União do Sul (130 km de Sinop) até maio. O programa ‘Luz para todos’ será implantado no Keno, em Cláudia, até julho”, afirmou.
Uma outra área, de 1,6 mil hectares, próximo a BR-070, em Cáceres, ocupada há poucos dias, deve aguardar uma decisão judicial do Tribunal Regional Federal (TRF). “O Incra vistoriou e disse que era improdutiva. O proprietário recorreu e a última decisão judicial declarou a terra como produtiva. Agora recorremos de novo, e aguardamos o desfecho. O terreno continua ocupado e já foram levantados os barracos”, ressaltou.
Conforme Só Notícias já informou, o MST bloqueou a BR-070, em Cáceres, e a MT-358, em Tangará da Serra. Em protesto contra o avanço do agronegócio no país, os militantes do MST também organizaram manifestações em pelo menos 22 estados e no Distrito Federal. Entre as ações, houve bloqueio de rodovias e a ocupação de propriedade rurais, prédios públicos e agências bancárias.
De acordo com o MST, os protestos mobilizaram mais de 30 mil pessoas pelo país e eram parte da agenda da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas e da Jornada Unitária do Campo. Além de Mato Grosso, as ações ocorreram, segundo o MST, em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, Maranhão, Paraná, em São Paulo, na Bahia, no Distrito Federal, na Paraíba, em Goiás, Alagoas, Sergipe, no Tocantins, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, em Pernambuco, no Piauí, em Mato Grosso do Sul e em outros estados.