A parceria entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) com o Instituto Centro de Vida (ICV) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) viabilizará o mapeamento do risco de desmatamento no Estado a médio e curto prazo, permitindo à Sema utilizar os dados no planejamento das ações de fiscalização. Os primeiros dados deste mapeamento já servirão de base para ações no Noroeste do Estado, ainda este ano. A região foi apontada pelo estudo feito pelo ICV como abrangendo as áreas de maior risco.
“Com este mapeamento vamos trabalhar para evitar o desmatamento. Vamos realizar ações preventivas e de notificação das propriedades para a inserção no Sistema de Licenciamento Ambiental das Propriedades Rurais do Estado (SLAPR) da Sema. Com isso, vamos reduzir ainda mais os dados do desmatamento que já são extremamente positivos. Nos últimos 12 meses, por exemplo, reduzimos em 3.574 quilômetros quadrados o desmatamento no Estado, o que representa uma redução de 59,9% em relação ao período anterior”, enfatiza o secretário do Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan.
De acordo com o último boletim de Transparência Ambiental divulgado, no período de agosto de 2006 a julho de 2007, Mato Grosso desmatou 2.512 quilômetros quadrados. No período anterior (agosto de 2005 a julho de 2006), o desmatamento foi de 6.086 quilômetros quadrados.
Um dos grandes pontos positivos deste mapeamento será realização de campanhas nas áreas mais críticas para a inserção das propriedades rurais no SLAPR, que possui hoje, cadastrado em sua base, cerca de 10 mil propriedades que compreendem 36% da área do Estado. Este fato é enfatizado pelo secretário, uma vez que as taxas de desmatamento e queimadas nas propriedades que estão dentro do sistema tendem a ser muito menores, já que a identificação da área e do proprietário em caso de infrações é rápida.
O mapeamento do risco de desmatamento feito pelo ICV, é possível devido aos dados de desmatamento atualizados que o Estado possui. O método utilizado consiste em combinar as taxas de desmatamento dos últimos três anos (2003 a 2005) e a área de floresta remanescente (excluindo-se as Áreas Protegidas).
Foi testado com os resultados do desmatamento de 2006 e 2007 para verificar a sua consistência. O Estado foi divido, inicialmente, em células de 25 quilômetros quadrados, o que gera cerca de 36 mil células.
Foram selecionadas as células com mais de 50% de área florestal. A partir daí, a equipe do ICV calculou para cada célula a taxa de desmatamento no período 2003 a 2005 (usando os dados de desmatamento do Prodes/Inpe) e a área dos remanescentes florestais em 2005 (excluindo as Áreas Protegidas). Em seguida, classificou as células em quatro níveis de risco de desmatamento (baixo, médio, alto e muito alto).
Para exemplificar como funciona este mapeamento, uma área que teve desmatamento crescente nos últimos anos e ainda tem muita floresta é considerada área de risco muito alto. Já a área que teve desmatamento, mas tem pouca floresta, o risco é baixo.
De acordo com o estudo, divulgado no último Boletim de Transparência Florestal no Estado de Mato Grosso, as células com risco de desmatamento muito alto representaram 11% do total, enquanto as áreas de risco alto representaram 10%, contra 21% e 58% para as áreas de risco médio e baixo, respectivamente.
As áreas de maior risco de desmatamento se concentram nas regiões noroeste e norte do Estado, nos municípios de Colniza, Aripuanã, Cotriguaçu, Nova Bandeirantes, Juara e Paranaíta.