Depois de sete anos, o ex-assessor da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) em Brasília, José Wagner dos Santos, foi inocentado da acusação de participar da "máfia das sanguessugas" – esquema de fraudes em licitações na área de saúde para aquisição de ambulâncias. O esquema foi desarticulado em 2006, e na época, José Wagner foi preso sob a suspeita de ser intermediário entre prefeituras e os líderes do esquema.
De acordo com a decisão do juiz Paulo Cézar Alves Sodré, da 7ª Vara Federal, a absolvição de José Wagner ocorreu "em função de não existir prova suficiente para a condenação", diz trecho da decisão. José Wagner, que é irmão do suplente de senador José Aparecido dos Santos (PR), o Cidinho, era responsável pelo acompanhamento de projetos das prefeituras de Mato Grosso junto aos ministérios e com parlamentares, para discutir projetos de interesse dos municípios.
Segundo o advogado responsável pela defesa dele, Ulisses Rabaneda, o objeto de investigação era o período de 2001 a 2004, quando José Wagner dos Santos nem atuava como assessor da AMM.
"Depois de sete anos houve o reconhecimento de que não havia ligação do José Wagner com os envolvidos na prática de qualquer tipo de crime. É importante reforçar que, segundo o magistrado, a absolvição foi pelo fato de que ele não teve participação nenhuma nesse caso. Houve quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal, testemunhas foram ouvidas, e nada foi encontrado contra ele", afirmou Rabaneda.
Para José Wagner, foi um período de provação e sofrimento. "Fiquei 29 dias preso injustamente, depois disso entrei em depressão, contrai um câncer. Mas sempre tive convicção da minha inocência, e graças a Deus essa absolvição veio e a justiça foi feita. Agradeço a minha família e aos amigos todo o apoio que sempre me deram acreditando na minha inocência", disse ele.