Índios karajás da comunidade de Fontoura, no município de São Felix do Araguaia (1.200 km a nordeste de Cuiabá) libertaram três pescadores que mantinham como reféns há três dias. O grupo estava na aldeia desde a madrugada de domingo (27), quando foi flagrado pescando numa lagoa da ilha do Bananal, em território indígena localizado entre os estados de Mato Grosso e Tocantins.
Seis pessoas estavam no local, os índios permitiram que três delas saíssem, pai e filho e um hipertenso. Elas não tinham autorização dos índios nem da Fundação Nacional do Índio (Funai) para praticarem pesca no lugar. Na tarde de domingo a Funai deslocou um servidor ao local para as negociações, que só terminaram na terça. Contudo, os pescadores libertados só chegaram em São Felix do Araguaia na tarde de ontem em função da distância da aldeia.
Os índios apreenderam um avião utilizado pelo grupo, de propriedade de Antônio Divino Vieira Júnior, e exigem o pagamento de R$ 50 mil para liberá-lo. Há informações de que o dinheiro seria para a compra de um veículo para o transporte de alimentos. Todas as pessoas que faziam parte do grupo de pescadores são do Estado de Tocantins. A não ser a criança, os demais prestaram depoimentos a Polícia Federal no final tarde de ontem.
De acordo com a chefe de Serviços Administrativos da Funai, Joacência Bandeira Setubal, as negociações foram tranquilas, já que os índios daquela comunidade são considerados pacíficos. Ela ainda disse que os índios agiram de forma severa com os pescadores porque eles invadiram suas terras sem permissão. O grupo utilizou um aeroporto clandestino que há no meio da mata para pousar o avião. Segundo a Funai já fazia um tempo os índios fiscalizavam o lugar na tentativa de evitar a entrada de estranhos.