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Cuiabá: pacientes são encontrados no chão do Pronto Socorro

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Cento e vinte pacientes, internados no chão de corredores e macas sem colchão do Pronto-Socorro de Cuiabá (PS), precisam ser removidos emergencialmente para outros estabelecimentos. No entanto, a rede conveniada não oferece mais leitos além dos 1.100 existentes. O sistema entrou em colapso em um momento em que o box de emergência do PS de Várzea Grande passa por reformas e a greve dos médicos da cidade alcança 2 meses. A Secretaria de Saúde da Capital afirma não saber como solucionar o problema.

Os 7 hospitais da rede conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS) não possuem vagas livres para desafogar a superlotação, contabiliza o secretário de saúde da Capital, Maurélio Ribeiro, que admitir não ter soluções para o problema. "Não tem vaga, a rede conveniada está lotada e o único louco que atende sou eu".

Segundo o secretário, 40 vagas estão sendo buscadas na rede em caráter emergencial. Ele atrela o colapso a que chegou o PS da Capital à interdição da unidade em Várzea Grande, o que só fez aumentar a demanda reprimida. O déficit de leitos para uso somente de pacientes de Cuiabá é de 300.

Quando questionado sobre a denúncia de que a rede conveniada não estaria recebendo mais pacientes do SUS por falta de repasses da Secretaria, o gestor afirma que não existe essa relação. "O que existe é uma burocracia técnica de todo final de ano, os repasses estão sendo honrados."

Um dos maiores estabelecimentos que oferecem leitos na Capital, o Hospital Santa Casa de Misericórdia, está com 85% da lotação. O provedor da unidade, Luis Felipe Saboya, afirma que os repasses estão em dia e o que está faltando é estabelecer os dias exatos dos pagamentos. Há 212 leitos disponíveis ao SUS, mas o fluxo de entrada é frequente e dificilmente sobram vagas. "Acho que mais 2 Pronto-Socorros devem ser construídos, no Coxipó e no Verdão para urgência e emergência."

O gerente administrativo do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin, aguarda a assinatura de um convênio com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) para construção de mais 55 leitos. "A obra custará R$ 2 milhões, que serão repassados pelo Estado e entraremos com R$ 1 milhão para compra dos equipamentos". Ele diz que trabalha com 95% de lotação dos leitos e não tem como receber mais pacientes. "Nossa capacidade técnica total está limitada".

Reivindicações nas condições de trabalho dos profissionais da saúde estarão na lista de ações emergenciais que serão elencadas pelas entidades de classe e entregues na sexta-feira ao Ministério Público. Termos de Ajustamento de Conduta deverão ser firmados, segundo o procurador-geral Marcelo Ferra, sob pena de os gestores responderem a ação judicial.

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