Já era previsto: João Arcanjo Ribeiro se manteve em silêncio perante a juíza Maria Aparecida Ribeiro Fago, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, onde tramita o processo sobre a morte do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima, dono do jornal “Folha do Estado”. A sessão de depoimento durou pouco mais de 40 minutos. Além de não falar, Arcanjo ainda pediu a magistrada que abreviasse o tempo, evitando a leitura da acusação e as perguntas. Com isso, manteve a versão que havia prestado à Corregedoria da Polícia Civil, antes de fugir para o Uruguai.
Demonstrando muita calma, Arcanjo chegou a pedir calma ao seu advogado da família Brandão, Clóvis Sahyone. “Calma advogado. Sua hora vai chegar” – disse o criminoso, diante das insistentes perguntas do Sahyone. Também estavam presentes o promotor criminal João Augusto Gadelha. Durante o tempo em que esteve na sala de audiência, Arcanjo permaneceu algemado e usava um colete a prova de balas. O Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar é quem ficou responsável pela segurança do criminoso.
Na semana passada, Ribeiro também recusou-se a fazer qualquer declaração diante do juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara da Justiça Federal. Na Justiça Federal, Arcanjo responde a nove processos. Ele já foi condenado a 49 anos de prisão em dois, um por porte ilegal de armas e outro por lavagem de dinheiro.